cadiaN, da Heroic, em entrevista à Dust2 Brasil

cadiaN revela por que não provocou torcida e conversa com drop

Jogador falou após vitória contra a FURIA e disse que está dividido por eliminar brasileiros

O IEM Rio Major não terá a final que o público esperava, e Casper "cadiaN" Møller é um dos principais responsáveis por isso. Mesmo assim, o capitão da Heroic preferiu não partir para o lado da provocação e encarar um papel de antagonista antes, durante ou depois do duelo deste sábado contra a FURIA.

"Eu amo o público brasileiro e consigo entender que eles estavam um pouco contra nós nesse jogo, é claro, eles estavam torcendo para a FURIA. Então todas as vaias, ou isso (sinal do ceifador) quando nós estávamos entrando fazem parte do jogo. Eu não ligo, acho que é parte do CS", disse o jogador em entrevista à Dust2 Brasil.

"Eu acho que eles foram respeitosos com a gente, e também não acho que (agir como o vilão) crie algo bom nessa situação. Deixe eles torcer para a FURIA, nós cuidamos do nosso, e quem sabe na próxima eles torçam para a gente", completou o jogador.

cadiaN, inclusive, disse que eliminar a FURIA foi um sentimento agridoce. O jogador não escondeu a felicidade por jogar a decisão do mundial pela primeira vez, mas disse que fica "meio triste" por encerrar a campanha do time.

"É um sentimento bom e ruim. Eu tenho muito respeito pela FURIA, pelo campeonato que eles fizeram. Fico meio triste por encerrar a campanha deles aqui, porque acho que a caminhada que eles tiveram com os fãs brasileiros foi uma das, se não a mais, coisa mais bonita que o CS já viveu. Esse tipo de conexão entre a FURIA e os fãs, nessas circunstâncias, é incrível", disse.

"Se olharmos por esse lado é ruim, mas obviamente estou muito feliz em jogar minha primeira final de Major amanhã, e para nós como um time, experimentar esse tipo de pressão, porque aqui foi louco", completou.

Esse respeito ficou claro ao fim da série, quando o astro dinamarquês abraçou André "drop" Abreu e conversou com o jogador ainda no palco. cadiaN revelou as palavras que foram ditas naquele momento.

"Lembro que no Major de Estocolmo ou da Antuérpia ele pediu para tirar uma foto comigo. E ali disse o quão bom ele se tornou, onde ele está agora, e que a hora dele vai chegar. Ele é um jogador incrível, não só dentro do servidor", afirmou.

"Você pode ver o que ele significa para a química da FURIA, a maneira que ele torce para os companheiros, sempre dando os soquinhos, essas coisas, e com essa idade você não vê muito isso. Eu só queria dizer para ele que, não posso mudar isso, o futuro dele é brilhante", completou.

Jogando em casa

A série foi de altos e baixos para a Heroic e, depois de um primeiro mapa onde a FURIA foi dominante, a Heroic se superou e abriu 15-6 - até que os brasileiros iniciaram uma virada e levaram a partida para prorrogação. O tempo extra, porém, é a casa de cadiaN.

"Os meninos sabem que me sinto em casa na prorrogação. Eu amo isso, amo os jogos mentais que acontecem lá. Acho que cometemos alguns erros no fim do lado terrorista da Ancient, ficamos em boas situações, mas precisamos do último double peek, da última boa flash ou da smoke extra", disse.

"Eu consegui algumas soluções para a prorrogação, de como queria jogá-lo, e não desistimos, nunca desistimos, e mantivemos a energia lá em cima, seguimos os planos, e os meninos têm uma confiança extra em mim na prorrogação, é assim que lidamos com a Ancient. Antes do jogo era impossível de vencer contra a FURIA, e você pensa que é ainda mais difícil de vencer quando eles fazem um comeback daquele", completou.

Para o terceiro e decisivo mapa, cadiaN conta que bastou reforçar para os jogadores os fundamentos aplicados durante os treinos.

"Falei muito sobre os princípios e as filosofias que seguimos nos treinos, e sinto que isso seria chave para nós. Se fizéssemos nossas coisas, se fizéssemos isso corretamente... é mais fácil fazer do que falar", afirmou.

"É difícil se comunicar na arena, com muito barulho, batuques, as experiências na Inferno, e em parte da Ancient, o quão difícil é fazer as suas coisas. Mas os meninos estavam bem, me ouviram, tomaram os espaços que precisávamos, nos comunicamos bem, e acho que o lado TR da Nuke foi um dos melhores que já jogamos", disse.

Para a decisão, onde a Heroic deve ser o "time da casa", cadiaN ainda não pensou muito.

"Vocês podem esperar que vamos dar tudo que temos, nos preparar o mais duro que pudermos. Mas, honestamente, eu não pensei muito naquele jogo, e quando vencemos contra a FURIA eu até esqueci por um segundo contra quem jogaríamos, porque estava tão focado nesse jogo", finalizou.

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