Nyvi Estephan responde críticas: "Sei o quanto eu já batalhei nesse cenário"

Um dos nomes mais conhecidos dos esports no Brasil, Nyvi Estephan foi a voz do palco do IEM Rio Major. Velha conhecida do cenário de CS:GO e com um longo currículo em outros jogos, a apresentadora não escondeu a emoção de participar da festa que levou dezenas de milhares de pessoas à Jeunesse Arena nos últimos dias.

"É muito especial, porque eu vi muita coisa da categoria de base do CS. Costumo falar que muitos jogadores, que inclusive são lendas do CS, eu conheci e entrevistei eles numa época em que eles nem estavam jogando o jogo, lá para 2013 e 2014", disse Nyvi em entrevista à Dust2 Brasil.

"Já conseguimos entender o monstro que o CS estava se tornando em 2016 e 2017, e ver esse momento acontecendo no Brasil depois de tantos anos, tanta história do CS nacional sendo escrita lá fora, ver isso sendo escrito aqui dentro também (é legal). A gente sempre exportou talentos de CS para o mundo, e ver eles aqui dentro, jogando um Major no Brasil, é surreal. É um sonho se tornando realidade", completou.

O momento favorito da apresentadora foi a vitória da FURIA contra a NAVI nas quartas de final. De acordo com Nyvi, em quase 10 anos de carreira, ela nunca viu nada igual.

"Aquela energia é ensurdecedora e maravilhosa, surreal. Foi uma das primeiras vezes na carreira que eu senti que estava prestes a dar tela azul, de tanto que estávamos vibrando, gritando, berrando. Quem me filmou ali no cantinho assistindo os últimos rounds (viu). Foi uma emoção que poucas vezes na minha vida eu vivi. Foi muito emocionante, muito especial", completou.

Críticas

Ao mesmo tempo que emociona, a torcida brasileira também sabe atacar. Após a mesma vitória da FURIA, Nyvi foi encarregada de fazer uma tradução simultânea no palco, algo que não estava programado de início, e acabou se enrolando. O deslize foi o suficiente para que críticas e comentários maldosos tomassem contas das redes sociais e das transmissões.

Alguns dos ataques diziam que a apresentadora não fazia parte da comunidade e que estava "tirando o lugar" de outras pessoas que poderiam estar trabalhando no palco. Nyvi reconhece que a comunidade cresceu e recebe um público diferente e mais amplo, mas enxerga essas críticas como "um pouco injustas".

"A comunidade de profissionais do mercado que chega em mim e fala que eu abri portas, que está onde está por causa de mim (é grande), e não só mulheres, homens também. Eu sei o quanto eu já batalhei nesse cenário", disse.

"Em todos os aspectos, quando a gente começou, não tinha o investimento que tem hoje, a comunidade não era como é, não rodava dinheiro, não tinha a quantidade de eventos e oportunidades. É impossível dizer que estou tomando o lugar de alguém", completou.

Para Nyvi, inclusive, a discussão deveria ser outra: porque a equipe de transmissão brasileira é menor do que a da transmissão internacional.

"Acho que sim, cabia muito mais gente aqui. Sim, poderia ter muito mais gente fazendo essa transmissão junto comigo, mas isso não isenta o fato que estou nessa comunidade há muitos anos e acho que mereço esse espaço de estar aqui", cravou.

"Será que o problema sou eu que estou tirando a oportunidade? Ou será que era para ter muito mais gente aqui? Eu dedico esse momento sim (para) Marcatto, Raules, BiDa, bczz, Gordox, reeh, Babi Micheletto, vou esquecer muita gente, mas dedico esse momento há muitos casters e profissionais que fizeram parte e ajudaram a escrever essa história, bem como os jogadores. Isso aqui é uma festa de muita gente, de muitos braços, e acho que é muito lindo estarmos aqui hoje. Eu só agradeço a oportunidade", finalizou.