MIRA JOVEM: o amor fez rdnzao escolher o CS:GO ao VALORANT

Em nova série da Dust2 Brasil, jovem da Sharks contou o início de carreira cheio de escolhas e os sonhos que quer realizar no Counter-Strike

O Counter-Strike: Global Offensive ganhou nos últimos anos um rival a altura, o VALORANT, que teve a capacidade de atrair jovens promessas que poderiam ter um futuro brilhante no FPS da Valve. Daniel "rdnzao" Monteiro quase foi um deles. A joia da Sharks chegou a provar do "fruto proibido", mas o amor pelo CS:GO foi determinante para manter o jogador de 19 no título que completou dez anos em 2022.

"Joguei quando lançou o VALORANT. Joguei uns sete meses, mas voltei ao CS no fim de 2020. Peguei Radiante e tudo mais, mas chegou uma hora que eu não estava gostando. Eu realmente não gostava de jogar, ficava meio estressado. Não era aquilo que eu queria. Gostava mesmo era de jogar CS:GO. Quando voltei, era o que eu queria, o CS", afirmou rdnzao à Dust2 Brasil.

Já o que levou rdnzao ao CS:GO foi a pura curiosidade, em 2017. Assistindo alguns campeonatos da modalidade, o jovem resolveu comprar o FPS junto de outros colegas da época da escola. Foi a primeira experiência do jogador com um FPS de PC já que antes estava acostumado a "trocar tiro" nos consoles, jogando Call of Duty, e, assim como muitos outros da própria geração, ter passado horas no Minecraft.

"Eu assistia umas streams, mas não eram de pessoas conhecidas. Mas eu assistia e meus colegas também, e ficávamos falando do CS na escola. Foi curiosidade", disse.

Apesar de jogar CS:GO há quase seis anos completos, rdnzao não foi diretamente para o competitivo. Além do período em que testou o VALORANT, o jogador ficou um tempo fora do FPS por não ter um computador. A trajetória do jovem no título realmente começou em 2021, quando recebeu o convite do primeiro time profissional, a Liberty, após se destacar nas ligas iniciais da Gamers Club.

"Comecei a jogar em 2017, as partidas do matchmaking e cheguei a pegar global. Porém, acabei ficando um ano fora, em 2018, porque eu fiquei sem um computador. No fim daquele ano comprei um PC novo e voltei a jogar, mas meu início no competitivo mesmo foi em 2021, quando eu jogava as ligas da GC e achei muito legal o espírito de competição".

rdnzao é o terceiro de doze entrevistados do MIRA JOVEM, uma série promovida pela Dust2 Brasil e a GG.BET que vai contar a história de seis promissores jogadores e jogadoras que estão construindo sua carreira no cenário nacional de Counter-Strike: Global Offensive.

Na conversa, rdnzao relembrou o início da trajetória no CS:GO, o qual começou a jogar por curiosidade e quase "se perdeu" no rival mais novo, voltando por amor e a relação da família com a decisão que tomou por seguir a carreira de jogador profissional na modalidade.

No período em que ficou sem computador, rdnzao se desligou totalmente do Counter-Strike. Apesar da curiosidade ter o levado para o jogo, a vontade de não se separar mais do FPS ainda não tinha tomado o coração do jovem, que nessa época decidiu por focar nos estudos para ingressar na faculdade.

A pandemia e a necessidade de ficar em casa reaproximaram rdnzao do CS:GO. Foi nesse momento que o jovem passou a se aventurar nas ligas online e perceber que o futuro não o reservava uma profissão tradicional, mas sim a carreira de jogador profissional nos esportes eletrônicos.

"Foi em 2020, 2021, durante a pandemia, que fiquei jogando bastante em casa porque estava tendo as aulas online. No fim de 2021, quando eu já estava competindo por times menores, comecei a perceber a oportunidade de me tornar jogador profissional, mas não era uma coisa certa. Quando veio a Liberty foi que a ficha caiu e comecei a ficar pensando 'pode ser real'. Porém, a realidade bateu mais forte ainda quando entrei na Sharks, que realmente foi uma subida de nível absurda", afirmou.

Mãe, a fã número 1 de rdnzao

Assim como a grande maioria dos jogadores, rdnzao teve a decisiva conversa com os pais, para explicá-los que decidira seguir o sonho de se tornar um profissional no CS:GO ao invés da tradicional Economia, cadeira a qual estava cursando há um ano em uma faculdade particular de São Paulo. Segundo o jovem, a tarefa mais difícil foi convencer a mãe, que acabou se tornando a fã número 1 da joia da Sharks ao perceber a solidez dos esports.

"Foi em 2022, quando entrei no meu primeiro time profissional, a Liberty, que tive uma série conversa com os meus pais para falar que seguiria o caminho de jogador profissional. Estava fazendo faculdade na época e sentei com eles, conversei bastante. As conversas foram bem longas, principalmente com a minha mãe", contou.

Com a conversa, também veio a decisão de parar a faculdade: "Eu só acreditei no meu potencial, no meu sonho. Parei a faculdade e entrei na Liberty. Teve uma barreira no início com a minha mãe porque ela queria que eu estudasse, mas segui o meu sonho, joguei nove meses na Liberty e agora estou na Sharks desde o começo deste ano".

"Foi um pouco difícil porque eu pensava bastante na minha mãe, porque ela realmente queria que eu estudasse. Eu queria estudar, mas meu sonho mesmo era jogar o CS. As conversas com ela foram mais com sentido de convencimento, de que o caminho que escolhi poderia dar certo e que ela poderia confiar em mim".

Apesar da inicial e normal desconfiança na decisão do filho em seguir uma carreira que poucos conhecem e entendem, a mãe de rdnzao nunca o deixou de apoiar. Hoje, mais acostumada em assistir o jogador performando nos servidores, até começou a estudar um pouco mais o CS:GO, para saber mais e mais sobre o universo do FPS.

"Ela está procurando entender mais esse ano, tentando entender mais. Eu mando as lives dos campeonatos e sempre falo quando ganhamos, e ela fica muito feliz. Quando eu jogo bem eu também falo para ela e ela fica feliz igual. Ainda não entende muito, mas está procurando entender mais o CS em si", afirmou.

Apesar do apoio e da segurança que recebeu dos pais desde o início, rdnzao chegou a vivenciar um certo preconceito dentro da própria família, mas de integrantes mais distantes. "Teve parte da família que não acredita e falava 'legal, está passando esse tempo e depois vai voltar a estudar'. Mas dentro da minha casa sempre recebi muito apoio", afirmou.

E é por outra integrante da família que rdnzao dá tudo de si para conquistar os sonhos que traçou no CS:GO. Portadora da doença de Parkison há mais de 25 anos, a avó do jogador está acamada há 12 anos. "Ela não consegue falar, nem nada. Também não sabe que eu jogo CS:GO profissionalmente, mas eu sempre sinto quando estou perto dela que ela sabe que estou fazendo a coisa certa", disse.

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Pés nos chão em busca dos sonhos

Se atualmente coleciona elogios pelo potencial que mostra nos servidores, no início da carreira, principalmente quando ingressou da Sharks, rdnzao sentiu desconfiança por parte da torcida, o que considerou normal por ser um nome recente no competitivo e o que motivou ainda mais a se provar junto à organização portuguesa.

"Senti a desconfiança daquelas pessoas que não conheciam muito o cenário brasileiro. Foi normal essa dúvida porque eu realmente não tinha tanta visibilidade, não era conhecido e ainda não sou, mas vou dar tudo de mim e continuar mostrando o potencial e quem eu sou", afirmou.

Mostrando que tem brio, rdnzao tem ciência do peso da camisa da Sharks, o que não o amedronta, e sim o que dá coragem ao jogador: "No fim, tenho que fazer só o que eu sei, jogar o meu jogo porque estou aqui por merecimento e tem que continuar assim".

Ainda engatinhando no competitivo, rdnzao revelou que nunca imaginou como seria o passo a passo da carreira. O jovem considera que está progredindo bem e apontou "a noção de game" a característica que mais evoluiu nos último meses. "Está tudo ficando mais fácil. Com o tempo, estou pegando as reações, vivendo mais as situações dentro do jogo e sabendo fazer a coisa certa", afirmou.

Quanto os elogios que vem recebendo, rdnzao mantém a mente blindada e os pés no chão: "Acho bom os elogios porque é gratificante, mas tento não subir a cabeça, focar no meu e não entrar de salto alto nos jogos. Fico feliz porque, realmente, acho legal ser considerado uma jovem promessa. Estou aqui fazendo o meu, pretendo continuar e estourar".

"Se fiz a escolha certa?", perguntou rdnzao. Segundo o jogador, não foi de uma partida em si que teve tal sentimento, mas sim do prazer que tem ao vencer uma série ou "quando eu faço uma boa apresentação. Aquele sentimento de vitória. Eu gosto da competitividade, dos jogos acirrados. Gosto desse sentimento e todo jogo que sinto isso eu percebi que fiz a escolha certo em me tornar jogador profissional".

"Estou no começo. Vou sempre procurar a me provar mais ainda. Não me provei o suficiente, mas estou sempre em busca disso".

Um dos primeiros sonhos que rdnzao afirmou querer realizar é se apresentar na LAN, o que ainda não fez desde que começou a competir em alto nível. "Deve ser muito legal jogar na LAN, mesmo sendo do estúdio, e meus pais poderem me assistir jogando. Quero jogar até mesmo para ter a experiência de jogar presencialmente ao lado dos meus companheiros e frente a frente com o outro time".

Mas a Mira Jovem da Sharks não quer parar por aí: "Quero ser vitorioso no CS, ganhar vários campeonatos internacionais, Major. Mas, a curto prazo, gostaria de me classificar para um campeonato internacional, como a BLAST, Pro League e estou evoluindo a cada dia em busca disso".

Confiante, rdnzao acredita que ele e outras jovens promessas têm a capacidade de recolocar o Brasil no topo do Counter-Strike mundial. "Uma safra que tem bastante talento. São muitos talentos jovens e se tiver a pessoa certa para ensinar, temos tudo para sermos grandes realidades do cenário brasileiro".

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