GaBi na CBGE Copa Rio pela FURIA

GaBi revela surpresa ao deixar FURIA: "4 anos dando a vida"

Jogadora de 24 anos citou motivo que acredita que levou a sua liberação da equipe

A relação de Gabriela "GaBi" Maldonado com a FURIA, que durava mais de quatro anos, chegou ao fim na última terça-feira com o anúncio de saída da organização. A novidade pegou a própria jogadora de surpresa, que não esperava a decisão.

"Sendo bem sincera, pra mim foi bem do nada. Me chamaram para conversar e falaram 'você tá fora'. Eu levei um susto porque sempre dei a vida pelo time, foram 4 anos dando a vida, sempre muito empenhada para fazer dar certo em treinos e campeonatos, entao a saída me pegou de surpresa", disse GaBi em entrevista à Dust2 Brasil.

Questionada sobre os motivos que ela acredita que levaram a FURIA a tomar a decisão de remové-la do time, GaBi acredita que o desejo da organização de mexer na lineup visando retomar o topo nacional do cenário feminino pode ter influenciado.

"(Não ser mais top 1) deve ter pesado porque ninguém gosta de perder e, quando você começa a perder, você precisa tentar algum tipo de mudança. Sendo sincera, não sei se essa mudança foi muito correta por tudo o que eu fazia pelo time, tudo que já fiz, não entendi muito bem porém acredito que possa ter sido por isso mesmo."

Porém, esta não é a única razão de acordo com GaBi. A jogadora aponta que sua personalidade de cobrar muito as companheiras de equipe, além de se cobrar muito, também influenciou na sua saída.

"O cenário feminino é muito diferente do misto. No feminino você precisa estar sempre pisando em ovos, precisa ter muito cuidado com a maneira que você vai falar, agir. Se você está nervoso com alguma coisa, precisa abaixar a bolinha, é mais complicado. Já no misto é mais tranquilo em relação a isso. Como sou uma pessoa que gosto de cobrar demais, e eu cobro muito todo mundo porque essa é minha personalidade."

"Eu me cobro demais também e acho que esse tenha sido o motivo sendo bem sincera, porque sou uma pessoa dentro e fora de jogo que falo o que acho e sou uma pessoa chata, porém acredito que todo time precise dessa pessoa chata para ir para frente, é essencial tanto em um time misto quanto em um time feminino", continuou.

Poucos dias depois do anúncio da FURIA, GaBi vê a saida com bons olhos. Ela explicou como vai aproveitar o momento para mudar seu estilo de jogo e também exercer novas funções no Counter-Strike.

"Eu já estava com esse pensamento de sair da minha zona de conforto. Estou começando a fazer isso aos poucos. Eu jogo de solo bomb e acho que mudar um pouco meu posicionamento, jogar em outros lugares, também considerei virar IGL porque talvez seja a mais experiente que está ativa hoje, a que mais jogou mundial, a que mais tem título. Então quero sair da minha zona de conforto mas aos poucos porque acho que será melhor para mim e para o time que eu entrar."

"Isso de virar IGL eu já tinha comentado algumas vezes... até brinco com meus amigos que tô ficando velha, tenho que fazer algo diferente para valorizar o meu passe. Eu tenho essa vontade. Sei que é difícil porque tem muita cobrança, eu me cobro muito então irei me cobrar mais ainda", adicionou GaBi.

Despreocupada em estar free agent, GaBi acredita que é questão de tempo para estar em um time competitivo novamente, porém entende que a falta de calendário afasta o investimento de novas organizações no cenário.

GaBi com a FURIA

Ainda indecisa se prefere entrar em um time já formado caso suja oportunidade ou montar um projeto do zero com jogadoras free agents, GaBi projeta uma evolução passo a passo para crescer no cenário nacional e depois almejar o título internacional.

No entanto, GaBi vê a necessidade de uma mudança de comportamento entre as jogadoras que atuam no cenário feminino brasileiro atualmente para facilitar o crescimento de um time.

"Quando você precisa se policiar muito, 'não posso falar desse jeito', isso dificulta porque tudo que é falado não é para ofender a pessoa, chamar alguém de 'newba' nem nada do tipo, é para melhorar e 100% profissional. Acho que às vezes falta levar mais como profissão e entender que não é um ataque pessoal."

"Então, a partir do momento que todas as meninas conseguirem entender que é trabalho as coisas vão ser mais fáceis. Tem algumas meninas assim no cenário, mas é minoria, porém se a galera tivesse mais essa cabeça as coisas seriam melhores também", seguiu.

Uma das jogadoras que passou pela FURIA recentemente foi Olga Rodrigues, destaque nacional que deixou o time rumo à HSG. GaBi gostaria de defender uma equipe internacional, mas admite um empecilho.

"Eu adoraria ir para algum time da Europa ou de outro lugar, porém tá faltando o cursinho de inglês. Preciso melhorar meu inglês que não é aquelas coisas, então vou dar uma focada nisso caso futuramente surja uma oportunidade. Preciso trabalhar meu inglês porque é horroroso", finalizou GaBi.

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