decenty, da Imperial, durante o RMR do Perfect World Shanghai Major

decenty reencontra rivais de academy e chega ao Major com cabeça no lugar

Jogador destacou importância da WePlay Academy League para sua formação e garantiu individual melhor no mundial

Para os mais tarados em Counter-Strike, assistir o Perfect World Shanghai Major parece assistir a WePlay Academy League. Muitos dos jogadores que vão brilhar na frente dos mais de 4 mil torcedores chineses nas primeiras fases do mundial vieram da liga voltada para jovens jogadores, que não existe mais desde o ano passado. Lucas "decenty" Bacelar é um deles.

"Para mim essa foi a ideia mais genial do campeonato. É só você ver a quantidade de jogadores que saiu desse torneio, tanto de brasileiros quanto de gringos", disse decenty em entrevista à Dust2 Brasil.

"Vários jogadores saíram da Academy League. Eu, snow, drop, insani, xertioN, Jimpphat, torszi, JDC, siuhy, m0NESY, donk. Dá para ver que foi um campeonato que teve uma dinâmica de aprendizado muito legal para cada um", afirmou o jogador.

decenty disputou todas as seis edições da liga pela FURIA Academy e não esquece de como aquela oportunidade mudou sua carreira.

"Era um campeonato muito legal, que dava oportunidade para os jogadores competiram em LAN e contra outras regiões, o que para o Brasil é maravilhoso, porque íamos para fora e treinávamos. Eu tinha 16 anos e fui para fora e treinei contra a NAVI, com s1mple, electronic, Boombl4. Eu era molecote e isso foi muito bom, um aprendizado muito grande na minha carreira", disse.

"Acredito que seriam jogadores com potencial e esse campeonato deu um extra para eles chegarem mais rápido no objetivo deles. Tem muitos jogadores bons no Brasil que se tivessem essa experiência da WePlay também conseguiriam chegar onde (estes outros jogadores) estão", afirmou.

Prestes a disputar seu segundo Major, decenty falou sobre a preparação intensa da Imperial para o campeonato. A entrevista na íntegra, com esses e outros assuntos, está disponível no YouTube (vídeo acima). Confira alguns trechos em texto.

Sem vida

A carga de trabalho da Imperial já tinha virado assunto no RMR, e, classificado para o mundial, o time não parou. decenty descreveu como tem sido a rotina.

"Estamos treinando bastante, é um campeonato muito esperado por todos os jogadores. Acredito que seja, disparado, o que mais gosto de jogar. Todos preferem o Major. É um campeonato com um peso maior, estamos treinando, dando a vida, é só CS. Já estamos há mais de um mês fora de casa, em bootcamp, jogando CS sem parar", explicou.

"A gente não tem vida aqui. O zakk nos avisou que esse bootcamp seria mais puxado, difícil, mas valeria a pena no final. Estamos de manhã até a noite (treinando). É muito cansativo", completou.

decenty e os companheiros de Imperial comemoram a classificação para o Major

As diferenças, de fuso horário e de cultura, é claro, também pesam.

"Você sai à noite para jantar com seus companheiros, alivia um pouco o estresse, mas estar longe, estar num país completamente diferente do que você está acostumado, é mais difícil. A Europa já é difícil, e estando aqui na China, na Ásia, um país bem diferente do Brasil em cultura e comida, é difícil", afirmou o jogador.

decenty também afirmou que a equipe está ansiosa para, depois de tanto treino nas últimas duas semanas, voltar a jogar.

"O time está com muita vontade de jogar o campeonato, estamos treinando bem, dando o máximo no treino. Estamos com muita vontade, todos estão ansiosos para entrar no servidor logo e jogar. É difícil ficar tanto tempo treinando, é chato. São poucos jogadores que gostam de treinar, mas é muito necessário. Estamos treinando há muito tempo, queremos entrar no servidor, jogar, e eu acredito nos meus companheiros e em mim", disse.

Um velho rival

A estreia no Major não poderia ser mais a cara da Imperial. O time vai enfrentar a paiN, sua rival em outras 16 oportunidades na temporada e quem tem tido vantagem nos últimos duelos. decenty sabe que o momento está do lado dos adversários, mas destaca que o mundial é diferente.

"Major é Major, jogamos muitas vezes contra a paiN, ganhamos deles no início do ano e depois eles começaram a ter um domínio sobre a gente. Eram jogos bem acirrados, mas eles estão se saindo melhores. Vai ser legal. É bem característico, já nos enfrentamos o ano todo e na primeira partida do Major é 'nóis' de novo. Vai ser legal jogar contra os moleques, que estão jogando bem, mas acreditamos em nós", disse.

O decenty que esperamos

E, apesar do foco no coletivo, decenty também está de olho no individual. O jogador não teve um grande desempenho durante o RMR - terminando com rating 2.1 de 1.0 -, mas está confiante que vai se recuperar para o Major.

"Eu vim de um mês atípico, que não estava jogando o meu melhor, mas já botei na cabeça no lugar, no último jogo contra a RED Canids eu falei 'meu amigo, vamos acordar, o time precisa de você'. Aí fui o decenty que todo mundo espera, e para esse Major pode ter certeza que vai chegar o decenty que vocês estão acostumados e esperam", afirmou o jogador.

Significado forte

Todo o esforço vale a pena, porém, quando o jogador vê seu sticker dentro do jogo. Até a entrevista, decenty ainda não tinha tirado o seu adesivo nas cápsulas, mas isso não mudava a felicidade.

"Deu um ânimo para todos do time. É muito bom. É um momento muito aguardado, principalmente por mim, um jogador muito jovem ainda, só meu segundo Major. É algo muito novo. Tive o primeiro sticker, mas o segundo foi uma sensação muito boa, o terceiro vai ser maravilhoso, o quarto… é o campeonato mais aguardado por todos os jogadores", explicou.

decenty, da Imperial, durante o media day do RMR

O adesivo de decenty, inclusive, conta com uma homenagem ao pai, que morreu. Isso torna o Major ainda mais especial.

"Bateu uma lembrança, é um significado forte para mim. Vai ser bem satisfatório disputar esse Major, principalmente levando para o lado pessoal, sabendo que meus pais vão estar lá acordados de madrugada para assistir, com minha namorada, meu irmão, a pessoa que mais me apoia e é o motivo de eu estar aqui hoje. O esforço que eles vão fazer de lá do Brasil para estar me acompanhando com certeza será algo bem satisfatório", finalizou.

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