
Mais performance e talentos: equipes explicam internacionalização
Três dos quatro times brasileiros mais bem ranqueados no Valve Regional Standings (VRS) têm um jogador estrangeiro na escalação. Embora contratar jogadores de outros países não seja uma novidade no Brasil, a movimentação se tornou mais frequente neste semestre.
Um dos motivos apontados pela comunidade para essa internacionalização maior é o valor das multas dos jogadores brasileiros de alto nível, mas as razões podem variar. Assim, a Dust2 Brasil procurou FURIA e paiN, que explicaram a busca pelos estrangeiros.
FURIA
"O aumento de estrangeiros nos times brasileiros é algo natural quando os times estão pensando em performance. Quando olhamos só para o Brasil, estamos falando de 220 milhões de pessoas. Agora, quando olhamos para o mundo, estamos falando de oito bilhões, é uma abrangência de talentos muito maior. Nosso objetivo na FURIA é sempre ter os melhores jogadores possíveis, assim como já acontece em outros esportes. O talento pode vir de qualquer lugar e queremos estar o mais preparado possível para o alto rendimento e para vencermos. É por isso que acredito que este número esteja aumentando cada vez mais."
paiN
"Foi algo totalmente natural, nada planejado, porque nunca tivemos o objetivo de internacionalizar a lineup. Aconteceu mais por circunstâncias do mercado do que por estratégia. Nossa prioridade sempre foi encontrar as peças certas que encaixassem no que acreditamos para construir um time coeso e harmônico, e acabou que duas dessas peças eram jogadores fenomenais do cenário sul-americano dgt e dav1deuS. Foi consequência da busca incessante para formar o melhor time possível. No fim do dia, nossa prioridade é ganhar."
A busca por jogadores de outros países não fica limitada somente aos principais times. O Brasil conta também com a Yawara, que tem o português Lucas "stax" Scharenberg, e também a Bounty Hunters - organização brasileira que agora tem três sul-americanos, um treinador argentino e somente um jogador brasileiro. A Bounty Hunters também falou da internacionalização.
Bounty Hunters
"A decisão de internacionalizar o nosso core veio a partir de uma oportunidade concreta de mercado. Contamos com uma equipe que monitora constantemente o cenário competitivo, tanto nacional quanto internacional, identificando caminhos que possam impulsionar a Bounty Hunters de forma estratégica."
"O ano de 2024 foi esportivamente muito positivo para a organização, mas enxergamos oportunidades que podem nos levar a resultados ainda mais expressivos no longo prazo. Acreditamos profundamente no potencial dos jogadores brasileiros. Prova disso é o Tuurtle, que atualmente integra nosso elenco, e também nomes como o Piriajr, que fez parte da Bounty Hunters em 2024 e hoje está classificado para o Major com o Fluxo. Esses exemplos reforçam a qualidade do nosso processo de scouting e desenvolvimento de talentos."
"Não enxergamos grande diferença de valor de mercado entre jogadores brasileiros e sul-americanos. O mercado está inflacionado de maneira geral na região. Por isso, acreditamos que o caminho sustentável passa por uma base bem estruturada, negociações inteligentes e um modelo comercial sólido, que permita rentabilizar a operação."
"Montar times com base em multas milionárias e apostar tudo em uma possível classificação para o Major, acreditando que isso resolverá todos os desafios, é um risco alto demais. Nosso foco está em projetos de longo prazo. Acreditamos que, com trabalho consistente, vamos alcançar nossos objetivos no momento certo."
Dos quatro melhores times brasileiros, somente o MIBR tem a escalação formada inteiramente por brasileiros. FURIA e paiN contam com dois estrangeiros, com a FURIA tendo o cazaque Danil "molodoy" Golubenko e letão Mareks "YEKINDAR Gaļinskis, enquanto a paiN tem o chileno David "dav1deuS" Tápia e uruguaio Franco "dgt" Garcia, respectivamente. Já a Imperial tem o argentino Santino "try" Rigal.
A FURIA é o único time que ainda não estreou com os estrangeiros. O primeiro jogo do time junto dos reforços internacionais será diante da The MongolZ no dia 10 de maio, às 5h, pela PGL Astana. paiN, MIBR e ODDIK também disputam o torneio.
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