skullz com a FaZe na IEM Dallas

skullz comenta ida à Imperial, passagem na FURIA e diz: "Estou melhor do que nunca"

Jogador também falou das experiências na FURIA, FaZe, Liquid e momento da sua carreira

No banco da FURIA desde abril deste ano, Felipe "skullz" Medeiros vai voltar à ativa depois de acertar sua ida para a Imperial. Em entrevista à Dust2 Brasil, o jogador de 23 anos falou do momento atual da sua carreira e o acerto com o novo time.

"Desde o começo, o projeto da Imperial foi o que mais me agradou neste quesito de me reerguer como jogador. Tem pessoas maravilhosas ali dentro. Jogar com o chelo novamente vai ser um prazer enorme. Tive a chance de trabalhar com o zakk na minha curta passagem pela LG, ainda no começo da minha carreira. O Bernardo (psicólogo) é uma pessoa com quem sempre quis trabalhar, admiro o trabalho dele e temos muito a fazer para que eu cresça como pessoa e jogador."

"A Imperial é uma organização que está se tornando lendária desde o projeto do Last Dance e, até antes disso, sempre está tentando trazer a competitividade do cenário nacional ao topo do CS mundial. Estar com eles faz muito sentido para mim", falou skullz.

skullz chega na Imperial depois de ter passagens recentes por Liquid e FURIA, além de ter atuado pela FaZe em um campeonato, a IEM Dallas. Para o jogador, é importante passar seu conhecimento para os novos companheiros da Imperial, mas também ir de "cabeça aberta a todo momento, porque é assim que um time funciona".

skullz acredita que vai encontrar um time que é bom tanto dentro quanto fora do servidor, com seus novos companheiros de time sendo bons de grupo. O ambiente é importante para o jogador de 23 anos, que falou das suas experiências na Liquid e FURIA.

"Em projetos que tive mais espaço para trabalhar, ser eu mesmo, tive sucesso na maior parte do momento. É isso que estou buscando agora. Preciso voltar a ser jogador que era, sendo mais firme em alguns aspectos, mais confiante em mim. Hoje tenho 23 anos e pretendo voltar a jogar em um time internacional, não vou dar as costas para isso embora tenha passado por esses momentos conturbados e tenha sido uma experiência difícil."

"A passagem pela FaZe abriu muito a minha cabeça porque estava frustrado com tudo que vinha acontecendo e cheguei a imaginar que precisava ser mais egoísta, mais frio e sem emoção para estar no tier 1, e não sou essa pessoa. Porém, quando conversei com o karrigan e a experiência que tive na FaZe, mostrou que a equipe funciona como penso e imagino o que precisa ser ideal em um time. Isso me deixou muito feliz, está me dando um gás e reacendeu um fogo dentro de mim", continuou.

skullz defendeu a FaZe em três partidas na IEM Dallas, com o time vencendo a BC.Game mas perdendo para Liquid e HEROIC. Assim, a equipe europeia ficou na 9ª/12ª colocação do torneio. O brasileiro detalhou como foi o tempo na FaZe e falou se havia a possibilidade de ser contratado em definitivo.

"O karrigan me apoiou desde o começo. Ele sabia que eu não estava em um momento bom mentalmente e individualmente, com falta de confiança pelo que rolou no final da minha passagem pela FURIA. Ele sempre deixou as portas abertas. Não acho que este vá ser o momento, não é algo que estou procurando neste momento. Quero dar esse gás, reestruturar meu jogo inteiro e me reerguer como jogador para chegar pronto em um projeto mais desafiador."

No começo do CS2, skullz defendia a Liquid, equipe que defendeu entre dezembro de 2023 e julho de 2024, antes de ir para a FURIA. O jogador lembrou que, na época, fazia muito sentido ir à FURIA depois de sair da Liquid, e a passagem no principal time brasileiro foi muito produtiva. "Hoje, nenhum brasileiro teve essa experiência que tive", avaliou skullz.

No entanto, seu tempo na escalação ativa da FURIA não durou um ano. skullz falou do momento em que estava atuando pela equipe, os resultados alcançados e seu momento da carreira.

"Quando entrei, tivemos momentos muito bons com uma fase que não perdíamos de jeito nenhum para times inferiores que a gente e chegamos muito perto de vencer os times tops. Tivemos alguns campeonatos onde vencemos equipes tier 1 com certa frequência, como foi na IEM Rio, Xangai Major e também tivemos uma campanha boa na EWC - tudo isso no começo, que encaixou. Creio que foi uma lua de mel, porém estávamos com uma equipe técnica excelente com innersh1ne e lucid. Sempre falo muito bem deles quando perguntam sobre eles, porque são ótimos treinadores."

"Não tivemos resultados bons no começo desse ano, e começaram a surgir diversos problemas dentro do time que acho que não vale citar. Em um momento, não me identificava mais como jogador, como pessoa ali dentro, e me afastar foi a melhor coisa a ser feita pela FURIA porque minha cabeça não estava em um momento bom. Esse período no banco foi o único da minha carreira que consegui colocar minha cabeça no lugar."

"Estes últimos dois anos foram estressantes, corridos e sempre soube que seria desse jeito porque eu queria me forçar a sair da zona de conforto, pegar o máximo de experiência possível. Não tenho medo de errar, de experimentar coisas novas, sempre fui cabeça aberta quando se trata disso. Acredito que estou melhor do que nunca. Tive esse tempo para cuidar de mim, colocar a cabeça no lugar e estou indo com tudo para essa nova fase", seguiu o novo jogador da Imperial.

skullz pela FURIA na PGL Bucharest

Enquanto esteve no banco da FURIA, skullz esperava ter um novo time. No entanto, negociações com equipes interessadas não avançaram por conta dos valores exigidos para sua venda. O jogador falou sobre como foi estar no meio desta situação.

"É um sentimento extremamente ruim não ter controle sobre o que acontece. Chegam várias coisas, você se empolga, mas ao mesmo tempo as coisas não andam porque realmente fica muito fora de mão para as equipes que estão tentando te comprar. Essa parte de negociação com equipes brasileiras é algo que todo mundo fala bastante, comenta, e é uma coisa que é muito ruim da parte de jogador."

"Sei que falam "tá, você assinou o contrato", porém não é assim que funciona. A minha passagem pela Liquid mostra um pouco disso. Eles me compraram por um valor extremamente alto e, quando foram me vender, pensaram muito na minha pessoa, na minha carreira, o que queria. Em nenhum momento tentaram me prejudicar. Não dizendo que a FURIA está me prejudicando, porém este é o sentimento", continuou.

Depois de quatro meses inativo, skullz voltará à rotina de competição com a Imperial.

"Foi a primeira vez na minha carreira que tive essa pausa para cuidar de mim, mas ao mesmo tempo era o dia inteiro falando sobre CS e acompanhando o jogo. Estar dentro desse cenário é algo que amo, é minha vida. Eu vivo disso, é a minha paixão e o que faz minha vida fazer sentido", finalizou skullz.

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