chelo, do MIBR, em entrevista à Dust2 Brasil

chelo diz que ser capitão do MIBR "está sendo bem cansativo"

Após eliminação na IEM Cologne, jogador falou sobre a decepção de ficar de fora da fase de grupos, comentou a saída de WOOD7 e seu novo papel de liderança

Frustrante. Foi assim que Marcelo "chelo" Cespedes definiu a campanha do MIBR na fase de play-in da IEM Cologne. De acordo com o capitão, todo o time ficou abatido com as derrotas para Movistar Riders e TYLOO.

"Todo mundo ficou muito triste, decepcionado, eu fiquei com muita raiva, não sei explicar. Estamos há seis meses aqui fora treinando, tentando, e parece que foi tudo por água abaixo", disse chelo em entrevista à Dust2 Brasil.

"Mas só foi um campeonato, nós concluímos nossos outros três objetivos da temporada, o major, a Pro League e mais um campeonato", continuou.

De acordo com chelo, "esse não é o MIBR que a gente foi, não é o que a gente quer ser".

"Tenho certeza que na segunda temporada, quando estivermos com a mente limpa, vamos ser o MIBR que todo mundo espera, que nós mesmo esperamos", garantiu.

Deixando a desejar

Para chelo, um dos fatores que fez o MIBR ser eliminado foi a baixa conversão de rounds decisivos, especialmente na Overpass, segundo mapa da série eliminatória contra a TYLOO.

"Faltaram os clutches. Perdemos vários clutches na Overpass, e nossa Overpass é muito forte. Quando você não ganha dois pistols é outro round, outro jogo, e acho que o que faltou foi ganhar um ou dois clutches em sequência. Tivemos dois 2 contra 2 seguidos que mudariam completamente o jogo", disse.

Além disso, chelo reconhece que o time teve um desempenho abaixo do esperado individualmente. Entre os cinco jogadores, só Breno "brnz4n" Poletto teve boas estatísticas, com rating de 1.13.

"Você pode ter o melhor time do mundo em tático, mas se você não tem mira você não vai ganhar. Você pode ter a melhor mira, mas se você não tiver tático não vai ganhar. É 50/50. O Breno foi o que mais impactou no nosso time, e de certa forma isso não era para acontecer, pois somos os mais experientes. Nós quatro deixamos a desejar", disse.

10 e faixa

Principal jogador do MIBR, chelo assumiu a faixa de capitão após a saída de Adriano "WOOD7" Cerato, que se deu ao fim da campanha do time no PGL Major Antwerp. chelo conta que a ideia era que a liderança ficasse com Raphael "exit" Lacerda, não com ele.

"Eu nem era cogitado (para ser capitão). Estava entre o JOTA e o exit. Chegamos a conclusão que seria o exit, mas paramos para pensar e colocaríamos nosso melhor clutcher num bloco para ser trader ou terceiro a entrar não faz sentido algum", contou.

"Falei para deixar comigo, que eu assumia a responsa, e vamos ver no que vai dar. Para mim, o CS é simples. Se dedicando, vendo mais demo, vou conseguir manter meu nível individual e vou conseguir ajudar todo mundo", completou.

chelo admite, porém, que essa missão não tem sido fácil.

"Eu acho que está sendo mais difícil para mim na parte de dedicação. Eu nunca fui uma pessoa muito dedicada, sempre gostei de jogar CS, não de ver. Eu sempre peguei muito rápido o meta jogando. Para mim está sendo bom, porque estou saindo da minha zona de conforto. Se eu sou um jogador nota 8 ou 9, com essa evolução eu vou para nota 10".

"Está sendo mais cansativo, porque tenho que fazer mais coisas que eu fazia antes, agora é só sentar e jogar, e agora tenho que ajudar todo mundo. O bit me ajuda muito, ele está sendo muito importante nessa evolução porque ele já foi capitão", completou.

chelo, inclusive, não poupou elogios ao treinador.

"O bit chega às 8h da manhã, antes de todo mundo, ele deve ver mais de 10 demos por dia. Ele não para de ver CS, isso é bizarro, nunca vi alguém tão dedicado quanto ele. Quando ele entrou no time foi mais, porque a gente fazia muito tático, cinco horas de tático por dia quando colocamos o Breno. Então foi bizarro", disse.

"No major, quando ele entrou, ele mudou muita coisa no time, mesmo com o WOOD7. De estrutura, de mindset, de como treinar certo, o que é bom para campeonato, o que você só vai usar no treino porque você está sendo leãozinho, então isso foi da hora pra caramba. O bit está ajudando muito todo mundo, vocês não tem ideia. Tenho certeza que ele hoje é o pilar do time, que sustenta todo mundo", completou.

Olho no longo prazo

A saída do ex-capitão e a sequência de resultados ruins, porém, acabaram fazendo com que o time recebesse muitas críticas. chelo diz que a troca aconteceu na hora certa.

"O momento foi o certo, pois foi pós major, que era nosso maior objetivo. Entre os outros campeonatos teríamos 15 ou 20 dias de treino. Foi o momento certo para mim, pro bit e pra comissão técnica. Sobre as críticas, o MIBR não quer um resultado a curto prazo, o nosso projeto é a longo prazo. Quem acha que foi errado, isso ou aquilo… só quem está dentro sabe o que acontece", afirmou.

chelo, do MIBR, durante a IEM Cologne

Para a vaga de WOOD7, o MIBR promoveu brnz4n, que está se adaptando a um novo papel, o de awper. chelo acredita que o jogador tem o potencial para ser o jogador de impacto que a equipe disse precisar na posição.
"Acho que ele tem (potencial para ser o AWP de impacto) e está demonstrando, tanto é que ele está sendo o único constante. É um mapa ou outro que ele não tem constância, mas quando fomos colocar ele, estávamos em dúvida se o AWP seria eu ou ele, e achamos melhor ele, porque é novo, ele consegue pegar muito rápido", disse.

"Em coisa de um mês ele já se tornou um AWP muito bom, e falta pouco para ele ser excepcional, (o que acontecerá) com a experiência, que ele só vai ganhar jogando campeonatos. Ele vai destruir", garantiu chelo.

Acelerando rumo ao Rio

Agora, chelo e o MIBR voltam ao Brasil para o player's break. Para o jogador, o período de férias vai ser para se desconectar completamente do CS:GO.

"Eu vou me desligar 100% por pelo menos uns 15 dias, para ficar com minha família, com meus dogs, com minha esposa e com o meu carro, porque o pai gosta de dirigir (risos). Por enquanto vou ficar off total, depois vou voltar, conversar com o bit, vamos mudar algumas coisas na estrutura de treino, tático, e daqui 15 dias eu volto a pensar em CS de novo", contou.

Depois, o MIBR tem um objetivo claro, se classificar para o IEM Rio Major.

"Qualquer time do mundo tem dois objetivos no ano, o primeiro e o segundo major. O que você vai construindo são seus semi objetivos, que é ganhar campeonato e essas coisas. Vamos voltar com foco total no major do Rio, mas disputando outros campeonatos. E se deixar a gente vai cavando", disse.

"No primeiro semestre tivemos três objetivos, (se classificar para) o major, para a Conference e para a Pro League, e conseguimos os três. O nosso objetivo foi concluído, e agora no segundo semestre vamos ter objetivos maiores. Vamos traçar, nos dedicar, e com certeza conquistar", finalizou.

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