CBCS 2019 durante a GameXP (Foto: Leonardo Sang/CBCS)

Cenário brasileiro tem o menor número de campeonatos nacionais desde 2019

A queda já passa dos 94% em comparação ao pico de quatro anos atrás

Antes predominantes, os campeonatos nacionais de Counter-Strike estão perdendo espaço para os internacionais no cenário brasileiro. 2025, com os já disputados e os previstos ainda para acontecer, tem o menor número desde 2019. O panorama vem se invertendo desde 2023. A queda já passa dos 94% em comparação ao pico de quatro anos atrás.

O levantamento da Dust2 Brasil, com base no histórico da Liquipedia, mostra que, dos 28 campeonatos já disputados ou programados para ainda acontecer, cinco são nacionais. Ou seja: 17,9%. Há seis anos, torneios realizados por atores brasileiros representavam 73,1%. Competições mensais e semanais não entraram no cálculo.

Neste ano, CBCS, Gamers Club, Federação do Estado do Rio de Janeiro de Esporte Eletrônico (FERJEE) e a Lótus Hub foram os atores nacionais que já realizaram campeonatos ou que ainda vão. No geral, 82,1% dos torneios são organizados por entes internacionais, alguns com mais de uma edição.

A mudança no panorama começou em 2024, quando os torneios internacionais passaram a ser maioria no calendário. Em 2021, os campeonatos brasileiros eram 92,7% do total. Em 2025, são minoria absoluta. Dos já realizados e programados ainda para acontecer, oito em cada dez são de fora.

O número absoluto de eventos organizados por brasileiros caiu de 51 em 2021 para cinco neste ano 2025, o que mostra queda de 90,2%. No mesmo período, o volume de campeonatos com chancela internacional saltou de quatro para 23, crescimento de 475%.

Para entender melhor a mudança no panorama, a reportagem conversou com Pedro Sancha, do CBCS. O head de esports apontou o carregado calendário internacional como um dos principais obstáculos enfrentados por organizadoras brasileiras se manterem ativa.

"O problema não é competir com elas (as organizadoras internacionais). São produtos diferentes. Esses grandes campeonatos internacionais ou seus qualificatórios regionais competem em grade e na prioridade de diversos times", explicou.

O regulamento que entrou em vigor neste ano também obriga as organizadoras brasileiras a criarem campeonatos relevantes seguindo diversas diretrizes para que eles sejam benéficos para os times jogarem. Por disso, Sancha vê como normal a queda na quantidade de torneios nacionais: "Mas acredito que haverão mais competições bem estruturadas no médio prazo".

Haverá uma edição do CBCS neste ano, o Xeque Mate, em evento conjunto com o Rainhas do Clutch, da FERJEE. Detalhes como formato, times participantes e premiação ainda não foram divulgados.

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