
Jogadoras opinam sobre diferentes fases do cenário feminino
O cenário feminino de Counter-Strike passou por mudanças nos últimos anos com o surgimento da ESL Impact, que garante uma grande liga para as jogadoras a cada semestre, além de mundiais femininos no ano.
Assim, a Dust2 Brasil buscou entender o que as jogadoras preferem: o calendário de campeonatos antes ou depois do surgimento da ESL Impact, além de realizar um levantamento em relação à quantidade de torneios na região nos últimos cinco anos.
Em 2020, ano da pandemia, o cenário feminino teve somente sete campeonatos, que foram todos online. A quantidade dobrou no ano seguinte, com 14 torneios, sendo dois em LAN.
O maior número de competições por ano foi 36, atingido em 2022 - ano que a ESL Impact foi lançada. Foram quatro LANs, como GC Masters Feminina V, MEG e BGS. Destes 36, 21 foram Cash Cups, campeonatos semanais.
Quantidade de torneios femininos por ano no Brasil
2020 - 7 campeonatos (todos online)
2021 - 14 campeonatos (2 LANs)
2022 - 36 campeonatos (21 Cash Cups e 4 LANs)
2023 - 35 campeonatos (25 Cash Cups e 1 LAN)
2024 - 32 campeonatos (24 Cash Cups e 3 LANs)
2025 - 3 campeonatos até o momento (todos online)
O cenário feminino brasileiro ganhou sua primeira LAN do ano na última segunda-feira. O Lótus Challenge começa no dia 16 de julho com a fase online, mas os dois melhores times vão para a final em LAN que será disputada no maior navio da Marinha do Brasil em 12 de agosto.
Neste período, somente um campeonato mundial feminino foi realizado antes do início da Impact League. Em 2020 aconteceu a GIRLGAMER Esports Festival, que contou com a INTZ como representante brasileira.
Esta quantidade pode ter sido afetada por conta da pandemia da Covid, já que era necessário o isolamento. De 2022 para cá, a ESL realizou 10 mundiais da Impact League, além de ter mais um planejado para o segundo semestre de 2025.
O que as jogadoras preferem
A reportagem falou com veteranas, representantes do MIBR e FURIA. No entanto, a organização que é a atual campeã mundial no cenário feminino não respondeu o contato até o momento da publicação.
Atualmente sem organização, Camila "cAmyy" Natale, de 34 anos, atua profissionalmente há mais de 10 anos e representou o Brasil em diversos eventos internacionais na última década. A jogadora opinou sobre o antes e depois do cenário.
"Acho que antes era mais interessante. Não consigo lembrar todos os campeonatos nacionais que tínhamos, porém eram mais que hoje. A GC Masters Feminina acontecia duas vezes ao ano, com a Liga Feminina mais de uma vez ao ano como qualificatório para a Masters. Tivemos a GET Rio (mas não pagaram ninguém), teve a MEG que não acontece mais."
"BGS tivemos no CS2 e na CCXP algumas vezes também. Os internacionais tínhamos a IEM Katowice duas vezes ao ano (mas acabou que virou a ESL Impact Dallas, Valência e Stockholm), porém também tínhamos a WESG e a GirlGamer que não teve mais. Sinto que antes tínhamos mais campeonatos certinhos no começo, meio e final do ano do que hoje em dia", concluiu cAmyy.
Gabriela "GaBi" Maldonado, veterana que atualmente está no MIBR e também representou o Brasil em competições internacionais, enxerga pontos positivos em ambos momentos do cenário.
"Acho super importante termos um campeonato mundial garantido, como é o caso da Impact League. Isso dá visibilidade, reconhecimento e uma meta clara para quem está no competitivo. Mas também é essencial termos mais ligas femininas ao longo do ano, como antigamente com a Liga GC, GC Masters Feminina e outros torneios."
"Esses campeonatos são fundamentais para revelar novas jogadoras, dar experiência para quem está começando e manter o cenário ativo em todas as camadas. Ter só uma liga grande não é suficiente se a base não estiver sendo construída constantemente", seguiu GaBi.
Colaborou Gabriel Melo
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