Olga em entrevista à Dust2 Brasil

Olga se anima com MIBR: "Vejo o time sendo campeão mundial"

Jogadora falou da volta ao Brasil com título sobre a FURIA

Olga Rodrigues voltou com estilo para o Brasil. Depois de dois anos no cenário asiático, a jogadora retornou ao competitivo brasileiro e conquistou o título da Lótus Challenge ao bater a FURIA por 2 a 0 nesta terça-feira.

"Melhor jeito para voltar só assim: ganhando título, ganhando tudo, vencendo o melhor time do mundo, porque elas ganharam (o mundial) recentemente... não tem melhor jeito para voltar", contou Olga à Dust2 Brasil.

O MIBR começou atrás no primeiro mapa que abriu a série contra a FURIA, porém conseguiu voltar e vencê-lo. O time manteve o embalo para fechar a MD3 sem perder nenhum mapa. Olga explicou a recuperação da equipe.

"LAN tem vários fatores que afetam a performance. Pressão é o principal. Nós começamos sentindo ela, deu para ver. Tem o fator do som, o barulho que não é o mesmo de casa e acredito que você tem um pouco de vantagem no TR quando não se escuta direito o jogo, é normal. Conseguimos deixar a pressão de lado, focar no nosso, fomos round atrás de round, persistimos e encontramos as brechas. Depois que acabou a pressão, conseguimos fazer o nosso jogo."

Fazer o jogo ser no estilo do MIBR é uma preocupação de Olga, que assumiu a função de capitã da equipe com sua entrada no time.

"Pretendo trazer um estilo que é mais próximo do que eu curto como IGL, que é algo mais dinâmico. Falei para manterem o que tinham de bom, porém elas falaram: "vamos tirar quase tudo". Não é que era tudo ruim, porém eram calls de base. Se vamos criar um estilo novo com uma capitã nova e dinâmica diferente, vamos começar do zero. Relemos, modificamos algumas coisas, então é um time novo."

"O MIBR sempre jogou muito bem, independente de qualquer adversário no mundo, porém eu sentia que, em jogos de pressão, o time deixava a desejar um pouco, sentia mais essa pressão. Com a minha chegada e do land1n, creio que conseguimos dar uma acalmada em palcos, com torcida, barulho para que elas façam o que já vêm fazendo", seguiu.

O palco desta terça-feira foi em local inusitado: dentro de um navio da Marinha do Brasil. Olga comentou a experiência de jogar a fase presencial da Lótus Challenge.

"Uma das melhores LANs brasileiras que já joguei, desde passagem aérea, produção, organização, hotel, alimentação, tudo. Hoje rolou um acidente na rua, que teve um trânsito, mas tudo foi resolvido para o melhor de cada time para que ninguém ficasse sob estresse. Jogar num navio da Marinha está sendo surreal. Cheguei aqui e falei "caramba, é desse tamanho? Porra". É um evento que estava faltando para o cenário inclusivo."

Desde 2023 na Ásia, Olga voltou ao Brasil depois de dois anos. A capitã do MIBR falou de como está sentindo este retorno e a experiência que teve no cenário asiático.

"É muito bom estar de volta. Não só por trabalho, CS, mas por amigos, família, a própria cultura. Gosto muito da cultura de lá, aprendo muito, porém às vezes você sai um pouco da zona de conforto com uns detalhes. Foi uma experiência incrível que só agregou no pessoal e profissional. Lá aprendi e desenvolvi papéis que me deram confiança para aceitar ser IGL, porque lá eu não podia ser só aquela Olga cachorra, que vai sair correndo. Tive que perceber que meu time precisa de mim vivo um pouco, talvez fazer um suportezinho. O MIBR também está sendo incrível, o time está dando muito certo, consigo ver esse time sendo campeão mundial até mesmo antes de jogar contra a FURIA só por performance em treino", avaliou.

Em um momento que não tem campeonatos muito frequentes no cenário brasileiro, Olga comparou como é ser uma jogadora no Brasil e também na Ásia.

"Em termos de oportunidades, aqui é bem melhor, embora aqui o cenário inclusivo sofra um pouco. Lá é dez vezes pior. Até mesmo em treinos, porque lá treinávamos mais em pugs do que treinos marcados, porque quando rolava não era um time com nível tão bom. Os times que são bons normalmente estão em bootcamp porque o cenário não ajuda muito com outros times para eles treinarem, então era complicado em relação a isso."

"O que ajudou muito foi a estrutura (da HSG), termos ido para alguns bootcamps, treinar Europa, então conseguimos construir um time de nível de performance mundial. Porém, não é só em bootcamp que um time consegue crescer. Aqui conseguimos treinar contra times do tier A do Brasil, ajuda muito mesmo que tome um pau. São uns detalhes, às vezes é confiança e mira. Conseguimos identificar quando é problema de mira e tática, mas lá fora era difícil identificar porque não tinha muita tática rolando nas scrims", finalizou Olga.

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