
gORDOx sobre MADHOUSE TV e direitos: "Não somos brigados com ninguém"
William "gORDOx" Lemos é um nome presente nas transmissões de Counter-Strike desde 2011 e, depois de anos afastado, o narrador voltou a viver o CS em 2025, principalmente por conta da sua presença nas transmissões da MADHOUSE TV. Durante o CBCS Xeque Mate, o caster falou em entrevista à Dust2 Brasil do retorno que, antes, era improvável.
"Está sendo muito louco porque eu vinha falando que não era mais narrador, que estava aposentado. Mas o pessoal ia e perguntava "eaí gORDOx, quando vai voltar a narrar CS?". No LoL eu fazia algumas coisas no CBOLÃO com o Baiano, porém eu não estava querendo porque a galera no Brasil passou a não dar mais valor para a narração e está tudo bem. O pessoal passou a curtir mais watchparty e eu não via mais como se reposicionar com narração. Quando veio essa ideia da MADHOUSE TV, falei que eu não queria voltar a narrar. O pessoal falou "não, temos um projeto assim, vamos construir uma comunidade, estrutura, são duas empresas grandes", eu falei "tá bom, vamos tentar e ver como vai ser"."
"O primeiro evento foi a EWC, que ninguém lembra mas narramos, começamos com 200 pessoas na live. Fizemos tudo e terminamos com duas mil. O pessoal da MADHOUSE TV se animou e falou de fazermos os próximos, mas aí vem os lances de direito. Fomos nos animando e, quando fui ver, estava apaixonado de novo por CS porque tenho mais de 25 anos desde jogador, manager, tudo. De repente, o fogo da paixão voltou e comecei a jogar de novo. Foi algo natural, que eu não queria, mas aconteceu."
Inicialmente sem muita confiança que conseguiria fazer a narração voltar a ganhar espaço dentro da comunidade de CS, gORDOx falou do seu estilo e a aceitação da comunidade.
"Tento transformar a narração em algo não tão sério, tento trazer uma zoeira, mas às vezes fica muito sério. Trabalhei na Globo por 5 anos, então fiquei um pouco engessado. Mas sou o cara que distribui a zoeira. Na hora que eu narro, pergunto "e aí Lucas, e aí fks", então minha parte é ser o host que distribui a zoeira. Sinto que estava bastante engessado nas primeiras transmissões e agora estou estudando para melhorar em algumas partes mais técnicas. Por mais que o narrador seja só o cara que narra a jogada, é bom eu também ter a parte técnica junto."
"Quero ter a zoeira alinhada com a parte técnica, e a narração também. Tem momento que eu explodo. Sou esse cara que quero levar alegria, e vai ter gente que não vai gostar. Eu acho o Galvão incrível, porém tem quem não ache e está tudo bem. Minha parte agora é melhorar tecnicamente no jogo para eu deixar a galera que "pô, é legal a zoeira, mas vamos trazer um pouco mais de seriedade". Quero entrar nesse caminho", seguiu.
O grande destaque das transmissões na MADHOUSE tem sido o Counter-Strike, impulsionada pela boa fase dos times brasileiros, com o canal tendo transmitido títulos de Legacy e FURIA. No entanto, o canal transmite outras modalidades, o que é um fator importante para gORDOx.
"São duas empresas muito grandes, PodPah e FURIA. O PodPah entra com a parte de estrutura, eles são uma televisão. Embora a gente pegue sempre mais audiência com o CS, a MADHOUSE não é só CS. Tem NFL, campeonato de VALORANT, é uma coisa muito diferenciada. Sempre fui multiskill, nunca fiquei limitado a um só jogo, então posso pingar em uma transmissão de LoL, ir para o futebol - já narrei Kings League também. Essa parte profissional me atraiu também, mas estou querendo que tudo se exploda porque só quero CS ultimamente, estou com overdose de CS."
"A minha expectativa é que a MADHOUSE cresça, que os atritos acabem e que o pessoal entenda que são duas empresas. Claro que Omelete e Gaules vão brigar pelos direitos, assim como a MADHOUSE e PodPah vão brigar, e no final das contas são CNPJ. A gente dá a cara, faz o show, a transmissão, às vezes nos emocionamos e falamos coisas que não devíamos, mas a ideia é que todo mundo se una em prol do CS. O esports é maior que qualquer persona, o CS é maior. Quando o Brasil começar a entender que é isso, você vai poder assistir de onde quiser de uma maneira ok."
Com a entrada no Counter-Strike, a MADHOUSE TV passou a dividir espaço de transmissão com Alexandre "Gaules" Borba, principal nome nas transmissões do CS nos últimos anos. gORDOx comentou as brigas por direito de transmissão.
"A TV 3.0, que é o YouTube, chegou de vez, mas quantos anos a Globo e SBT não brigaram pelo direito de Copa do Mundo? São negócios. Quem precisa se entender são as diretorias. Você querer assistir um jogo do Brasil na CazéTV ou ge tv, é lindo. Quando tem uma concorrência, é um tentando melhorar o outro. Não somos brigados com ninguém. Eu fui chamado para narrar o Major na GaulesTV, já que o Major não vai ser feito pela MADHOUSE, e está tudo bem. Todo mundo tem que se respeitar, precisa acabar essa guerra em rede social, comentário no YouTube. Está tudo bem entre as empresas. São concorrentes, ninguém quer que o outro morra."
"No final das contas, são negócios. A Omelete precisa pagar as contas, PodPah com a FURIA, a MADHOUSE também precisa pagar. São famílias que trabalham e é isso. No futuro, tomara que as duas consigam fazer a transmissão e está ótimo. A galera fala "ah vocês tão tomando pau do Gaules". O Gaules está sozinho há 10 anos, nós chegamos e estamos pegando um terço da audiência. Não estamos nem aí para isso, só queremos que, quem curte o trabalho, acompanhe. E se eu tiver que ir lá para a GaulesTV fazer, está tudo bem. Só quero que o espectador curta. No final das contas, a nossa comunidade não pode ficar se batendo. Os direitos são importantes e, se dividir, quem ganha é o público."
Os atritos entre Tribo e MADHOUSE TV aumentaram depois de farpas em redes sociais, envolvendo nomes como André Akkari e Nicolas "fkS" Lacheski, por conta da briga pelos direitos de transmissão para o Major. Questionado, gORDOx não soube dizer o porquê da MADHOUSE TV não conseguir os direitos para o mundial.
"Aí você pergunta para a Omelete e pro Akkari. É um assunto que é lá em cima. Nós ouvimos de bastidores que foi isso ou aquilo, mas a Omelete está aí há muito tempo com o Gaules e, se alguém for querer fazer uma oferta, eles vão estar sempre na frente. Não sei se é certo ou não, mas acho que o detentor dos direitos pode pegar e negociar com alguém para dividir ou não pagando. E aí eles que se entendam. Nós somos os rostinhos feios para fazer a transmissão e todo mundo feliz", concluiu o narrador.





























