Troféu do 1º CBCS Elite League 2022 (Divulgação/CBCS)

Cinco lições do 1º CBCS Elite League do ano

O ressurgimento de piria, integridade competitiva afetada e mais do campeonato presencial disputado em São Paulo

Finalizado com INTZ ARCTIC comemorando o título após vitória sobre ODDIK na grande final, o 1º CBCS Elite League 2022 deixa cinco lições listadas pela Dust2 Brasil, que vão desde o ressurgimento de Guilherme "piria" Barbosa, aos problemas técnicos vistos na grande final.

Confira a lista:

O ressurgimento de piria

Não é de hoje que Guilherme "piria" Barbosa encanta os espectadores. De promessa surgida no Santos em 2019, a realidade nos anos seguintes com títulos importantes por DETONA e Imperial, o jovem volta a chamar a atenção da comunidade, agora, defendendo a ARCTIC, deixando assim para trás a passagem aquém do esperado pela FURIA Academy.

Em meio aos lampejos de toda equipe, piria foi o que mais se destacou na vitoriosa campanha da INTZ ARCTIC no CBCS Elite League. Foram poucas as estatísticas em que o atleta ou não apareceu no top 1, ou não ficou entre os cinco melhores. Não é atoa que foi eleito o MVP da competição.

piria também se mostrou um líder dentro do servidor, sendo a principal arma no bem esquematizado estilo de jogo proposto por Paulo "short" Ballardini. Sendo o mais experiente do elenco, mesmo ainda jovem, o jogador não titubeou nos momentos decisivos, passando assim uma importante confiança para o restante do elenco.

O show não pode atrapalhar a integridade competitiva

Com auditório lotado no São Paulo Expo, inclusive recebendo "torcida organizada" de um dos finalistas, a decisão do Elite League foi um show, remetendo bastante a um jogo de futebol. Porém, devido aos diversos problemas técnicos e situações que ocorreram durante a grande final, a integridade competitiva do confronto foi afetada.

Habitual em diversos campeonatos que acontecem no Brasil, atraso já virou glamour no cenário brasileiro e o do CBCS começou com o fato dos organizadores precisarem montar na hora o palco porque o auditório, horas antes, recebeu palestras do BIG Festival. Posteriormente, problemas técnicos envolvendo ambas as equipes também atrapalharam o início da md3. Inclusive, foi necessário a troca de componentes dos computadores da competição.

Por mais que o clima criado pela torcida tenha sido espetacular, o ambiente não estava propício para a decisão do campeonato. Na ponta da bancada de cada equipe, potentes caixas de som ligadas. Também próximo aos atletas, um telão com a partida sem delay. Abafadores não foram disponibilizados aos atletas, que usaram fones normais de um dos patrocinadores do evento. Mesmo com white noise, os jogadores conseguiram não só escutar a torcida, bem como a narração, prejudicando até mesmo ouvir o som do próprio jogo.

O Brasil tem duas equipes sensações

Toda temporada a comunidade brasileira presencia o surgimento de equipes que conseguem embalar resultado atrás de resultado, passando a ser consideradas sensações daquele ano. Foi assim com SWS em 2021, Asterius e RUFUS nos anos anteriores. Em 2022, tal posto já é ocupado pela ODDIK, que pode ganhar uma parceira, INTZ ARCTIC.

Ainda como UNO MILLE, a equipe liderada por Felipe "RICIOLI" Ricioli foi a sensação no primeiro semestre. Com a famosa mescla de nomes experientes e atletas com potencial para despontar, o time rapidamente galgou até o topo do cenário, chegando em finais de torneios importantes e até conquistando alguns deles, como o 1º CBCS Retake Series.

E a segunda parte do ano começa com ARCTIC mostrando que pode repetir o feito. A equipe, que ganhou corpo com as chegadas de piria e Allan "history" Lawrenz, já havia conseguido outros bons resultados, vencendo edições da Série A, beliscando a vaga na ESL Challenger Valencia e terminando no top 4 de outros importantes torneios. Agora, restará acompanhar para ver se o time manterá tal constância.

Gigantes que decepcionaram

Isurus e Los Grandes foram duas equipes que grande parte da torcida colocou entre as favoritas ao título. A primeira vinha de uma pequena temporada na Europa, enquanto a segunda "hypada" pela contratação de grandes nomes para o cenário. Ambas, contudo, decepcionaram ao sequer passarem para os playoffs do torneio.

Voltando de um longo período na Europa, o Tiburón perdeu as três séries que disputou, sendo uma das eliminadas com 0-3 junto de Players. Já a Los Grandes até chegou no confronto valendo vaga nos playoffs, mas acabou sendo desbancada pela Rehl. Tratam-se de resultados aquém do esperado pelo o que já foi conquistado por ambas tags, os nomes presentes nos elencos e o investimento das organizações frente aos dos demais oponentes.

E se estivesse completa?

Incompleta há dois meses devido as muitas mudanças no elenco que ocorreram nesse período, a B4 precisou se virar do jeito que pôde neste Elite League. A solução foi caseira, utilizando próprio treinador Guilherme "texxas" Mayworm complete. E, colocando à prova o "meta" do stand-in, o time até conseguiu chegar nos playoffs e fazer frente a ARCTIC nas oitavas, perdendo por 2 a 0, mas em dois mapas bastante disputados.

Isso prova que, apesar das constantes mudanças no elenco desde a formação do time, a B4 tem potencial para chegar no topo nacional como grande parte da comunidade se esperava desde o início. Ao fim deste CBCS, a pergunta que fica é: "e se a B4 estivesse completa?".

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