felps, do Fluxo, em entrevista à Dust2 Brasil

"Quero tentar ser um dos melhores do mundo", diz felps

Na BLAST Premier Fall Final com o Fluxo, jogador falou sobre trajetória para reconquistar o topo

João "felps" Vasconcellos ainda tem gás para competir. Parte do time mais vencedor da história do CS:GO brasileiro e com sete títulos presenciais internacionais, o jogador, hoje no Fluxo, ainda sonha em voltar ao topo, onde esteve cinco anos atrás.

"Se eu não estivesse no gás, acredito que não estaria jogando mais", disse felps em entrevista à Dust2 Brasil direto de Copenhague, na Dinamarca, onde disputará a BLAST Premier Fall Final.

Aos 25 anos, o jogador teve algumas dificuldades no início da criação do Fluxo e chegou a publicar que se afastaria das redes sociais. Em pouco tempo, porém, o desempenho voltou a ser o esperado.

"Eu me cobro bastante. Acho que é meio clichê falar isso, mas me cobro muito, não gosto de jogar mal. Quando estou jogando mal, pode ter certeza que estou tentando melhorar, sempre", contou.

Mas os números, para felps, não importam.

"Estatisticamente, pra mim, não muda nada. Sei como cada um joga, em quantos jogos um apareceu, em quantos jogos o outro apareceu. Sei que todos têm potencial e já mostraram isso. Para mim, se eu ajudar o time carregando esse peso (de ser a estrela), já é o suficiente", disse.

"Não sinto o peso de ser um cara que tem nome e ter que matar. Obviamente, quero tentar ser um dos melhores do mundo, cumprir promessas que fiz para minha família, para minha vó, mas sei que isso vem com o tempo, com paciência. Independente de quem estiver matando, se ganharmos já estou satisfeito", afirmou.

E, apesar do desejo, estar entre os melhores do mundo não é o principal objetivo de felps. Ele quer mesmo é colocar o Fluxo no pódio.

"É igual foi a SK em 2017, não apareci em lista nenhuma, mas ganhamos tudo e para mim isso foi a maior coisa da minha carreira, e guardo com muito carinho", contou o jogador.

"Só são objetivos pessoais, coisas que eu guardo no meu coração, que falei com pessoas da minha família, com minha vó, meu irmão, falei de trazer tal troféu para eles um dia. São meras promessas que fiz para eles, mas isso não é o principal. O principal é que nós, como time, sejamos um dos melhores do mundo, encerrando o ano bem, e não sendo só mais um, que sobe, sobe, chega lá, faz uma graça, e se torna um time mediano depois", completou.

E felps dá a receita para que Fluxo não seja "só mais um".

"Trabalhar muito mais que os outros. Trabalhando enquanto as pessoas estão de férias, fazendo um bootcamp maior, começando a jogar antes, se dedicando no tempo que você está sozinho, na sua casa, na sua GH, e jogando nos dias que você não precisa. Só assim", revelou.

"O time tem que ter potencial. Não adianta não ter jogadores, a matéria prima para fazer um dos melhores times do mundo. Você tem que ter isso. Tendo, fica mais fácil, porque aí só depende do time. Encaixando, buscando melhorar os erros, não só na hora que vocês estão jogando e treinando juntos, mas também individualmente. (Tudo isso) faz você não ser só mais um", continuou o jogador.

"E, obviamente, (você tem que) jogar esses campeonatos. Porque quando você joga contra times grandes e se acostuma, você não sente nervosismo, começa a entender como é o estilo de jogo, o que você vai passar, e acaba que vai se tornando comum, até o momento que você ganha algo. Se você não fizer isso, você vai se tornar só mais um. Às vezes você vai fazer uma graça, ganhar de um time e voltar, e não é isso que eu quero para minha carreira. Quero voltar a estar em um dos melhores times do mundo novamente. E tem que ser assim", completou felps.

O processo

Rumo ao topo do mundo, felps tem na BLAST Premier Fall Final um desafio que pode abrir definitivamente as portas do cenário internacional para o time. E o primeiro confronto já será um daqueles, contra a NAVI - o restante do Grupo B ainda tem G2 e Liquid.

"Para chegarmos onde queremos chegar, temos que jogar contra esses times, e uma hora ou outra teríamos que jogar. Acabou que veio cedo. São times difíceis, os melhores do mundo, mas é contra eles que temos que jogar, lutar para conseguir resultados, porque, se quisermos o topo no futuro temos de estar acostumados (a enfrentar esses times)", afirmou felps.

"Estamos confiantes, sabemos que não se trata de obrigação, mas de uma (etapa de) evolução para o time. Não vou falar que viemos aqui para ganhar, mas sim para tentar o máximo", completou.

felps, do Fluxo, no media day da BLAST Premier Fall Final

Os ucranianos, inclusive, chegam ao campeonato em baixa, após a eliminação para FURIA no Major e repleto de rumores de mudanças na escalação. felps sabe que a fase não é das melhores, mas não subestima os adversários.

"Eles não estão tão bem, mas de qualquer jeito são um dos melhores times do mundo. Acho que, hoje em dia, todos os times estão num nível que podem jogar muito em um campeonato ou podem decair bastante, e temos vários exemplos. Apesar deles não terem ido tão bem no Major, eles podem chegar aqui e ganhar o campeonato, porque tem time para isso, são muito encaixados. Nos preparamos, sabemos algumas coisas deles, e acho que, no geral, só temos que fazer o que sabemos fazer de melhor, nossas características, impor o nosso tipo de jogo, e ver o que acontece", garante o jogador, que também comentou sobre o papel de tirar a pressão dos companheiros.

"Tento falar pra eles que isso é uma partida e que, daqui dois anos, eles não vão lembrar dela mais, e não tem porque ficar nervoso ou se sentir pressionado para jogar. Aqui temos que fazer nosso melhor, tentar nosso melhor, e se jogarmos mal ou bem, não importa, o que importa é construir algo. E isso acho que ajuda bastante, principalmente a molecada. É isso que eles almejaram durante todo esse tempo, em três meses conseguimos jogar contra esses times, e eu não acreditei que isso seria possível tão cedo. Já estamos no lucro, só precisamos usar esse campeonato para evoluir, independente se ganharemos jogos ou se vamos chegar longe ou não", completou.

Além do resultado do próprio campeonato, a BLAST também pode encaminhar o Fluxo à IEM Katowice, o primeiro grande campeonato de 2023. Quarto colocado do ranking da ESL no recorte sul-americano, o time assumirá a primeira colocação caso vença uma partida na Dinamarca, deixando a vaga para a Polônia muito bem encaminhada. felps, que já viveu algo semelhante com a GODSENT no passado, não quer que o time encare isso como um peso.

"Se ganharmos, legal, vai ser uma parada muito foda para gente, astronômica. Mas não precisamos ficar pensando nisso, temos que usar mais como evolução. Os melhores times do mundo, quando chegam lá, é porque eles estão acostumados a jogar contra esse tipo de time, de campeonato, e precisamos nos acostumar mais rápido que todos, porque para nós é diferente", finalizou.

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#1(Com 0 respostas)
22 de novembro de 2022 às 21:36
jvfxd
Eu confio
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