Castor CEO da ODDIK (Foto: Reprodução/LinkedIn)

Dono da ODDIK pede desclassificação da 9z da Thunderpick

BIT foi punido por comunicação indevida durante o torneio

O dono da ODDIK, Felipe "Castor" Barros, publicou uma nota nesta terça-feira cobrando a desclassificação da 9z do qualificatório do Thunderpick World Championship. Castor também pediu que a Comissão de Integridade nos Esports (ESIC, na sigla em inglês) avalie o caso.

Castor começou a nota afirmando que, no qualificatório sul-americano do Thunderpick World Championship, o treinador da 9z, Bruno “BIT” Lima, cometeu infrações que são proibidas pelo regulamento do campeonato. O CEO da ODDIK também citou as regras violadas e declarou que o fato de o treinador ter se comunicado com seu time em momentos indevidos comprometeu "diretamente a integridade do torneio".

Castor ainda afirmou que a punição aplicada pela GAM3RS_X ao treinador e à organização argentina "é completamente leviana, tendo em vista a gravidade dos fatos". O CEO também declarou que "diante das provas e da gravidade da infração, o mínimo esperado seria a desclassificação da equipe da 9z".

O CEO da ODDIK disse também que a organização entrou em contato com a organizadora do campeonato, pedindo que a punição fosse reavaliada, mas foram informados de que ela seria mantida. Castor afirmou, então, que está acionando a ESIC para que analise a situação.

"Por isso, estou marcando também a ESIC neste comunicado, para que a situação seja analisada por uma entidade independente e especializada na integridade competitiva dos esports. A integridade de uma competição tão importante como essa que conta pontos para o major não pode ser negociada, relativizada ou deixada para depois", afirmou Castor.

Conforme noticiou a Dust2 Brasil, BIT cometeu infrações ao se comunicar com o time fora dos momentos de pause e, por isso, foi punido pela GAME3RS_X, organizadora do torneio. O regulamento não prevê uma punição específica para a situação, mas deixa claro que, se regras forem violadas, os responsáveis pelo campeonato podem aplicar penalidades com base no próprio julgamento. No caso de BIT, a GAM3RS_X definiu a punição sendo um “aviso final” para a 9z, com o treinador sendo suspenso de um mapa no próximo evento da organizadora . Clique aqui para entender a situação.

O caso aconteceu no Thunderpick World Championship 2025 South America Series 2, torneio que classifica o campeão para o closed qualifier internacional na Europa. A 9z venceu a ODDIK na grande final por 2 a 0, e assim se classificou para o Thunderpick World Championship 2025 Closed Qualifier.

Leia a nota publicada por Castor na integra:

Durante o qualificatório da Thunderpick World Championship, a equipe da 9z cometeu uma infração clara das regras do torneio ao receber interferência externa do coach BIT fora dos pausas táticos. Algo explicitamente proibido pelo regulamento oficial.
As evidências dessa infração foram publicadas pela própria 9z, em um vlog oficial, onde é possível ouvir o coach se comunicando diretamente com os jogadores durante rodadas, tanto na semifinal contra a RED Canids, quanto na grande final contra a ODDIK.
Segundo o livro de regras da Thunderpick, mais especificamente a Regra 3.8, qualquer comunicação do coach com os jogadores deve acontecer somente durante pausas táticas. A violação dessa regra compromete diretamente a integridade do torneio.
Além disso, essa conduta fere diretamente a Regra 6.1 – Integridade Competitiva, que exige que os times joguem sempre dentro dos princípios de fair play, honestidade e igualdade. A própria regra cita como infração o recebimento de sinais ou instruções externas por parte dos jogadores.
Foi relatado também que havia um administrador presente no TeamSpeak de todas as equipes, ouvindo e gravando as partidas em tempo real. Ou seja, é preocupante imaginar que a organização tenha tido conhecimento da infração em tempo real e, ainda assim, tenha permitido que o campeonato seguisse sem interrupções.
A punição aplicada, redução parcial da premiação da 9z e suspensão do coach BIT por apenas uma partida futura, é completamente leviana tendo em vista as gravidades dos fatos.
Vale lembrar que a Regra 5 do livro oficial deixa claro que, em caso de violação de regras, os organizadores podem aplicar penalidades proporcionais à infração, incluindo advertências, perda de mapas e até desclassificação do time. E que casos mais graves devem receber punições maiores imediatamente. Nesse caso, diante das provas e da gravidade da infração, o mínimo esperado seria a desclassificação da equipe da 9z.
Esse tipo de punição passa a mensagem de que é possível burlar as regras para conquistar a vaga e depois simplesmente “pagar o preço” com uma punição simbólica.
Não se trata apenas da ODDIK ou da RED Canids terem sido diretamente prejudicadas. Trata-se da confiança de todas as equipes e torcedores no sistema competitivo. Se as regras existem, é para todos. E se forem quebradas, a resposta deve ser firme, justa e imediata.
Entramos em contato com os organizadores do torneio e, mesmo diante de todos os fatos, que houve sim interferência externa durante as partidas, fato esse que não existe nem a possibilidade de discussão sobre, fomos informados de que a punição será mantida conforme já aplicada.
Por isso, estou marcando também a ESIC neste comunicado, para que a situação seja analisada por uma entidade independente e especializada na integridade competitiva dos esports.
A integridade de uma competição tão importante como essa que conta pontos para o major não pode ser negociada, relativizada ou deixada para depois.

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