drop, da FURIA, durante o Red Bull Flick

drop reflete sobre ano da FURIA e diz que melhorou após entender a cabeça de arT

No Red Bull Flick, jogador falou sobre Major, primeiro ano na FURIA e futuro

O IEM Rio Major não terminou como a FURIA esperava, mas André "drop" Abreu acredita que o time saiu fortalecido do mundial no Rio de Janeiro. De acordo com o jogador, a competição serviu para que a FURIA concluísse alguns objetivos e evoluísse, não só dentro do servidor, mas fora dele também.

"Passo a passo, conseguimos chegar onde queríamos. Infelizmente não conseguimos o título, mas temos que ficar felizes com a trajetória que tivemos. Aprendemos muitas coisas nesse Major, desde como lidar com a torcida durante os jogos, como lidar uns com os outros, como errar menos", disse o jogador em entrevista à Dust2 Brasil direto do Red Bull Flick*, em Copenhague, na Dinamarca.

"Conseguimos evoluir não só como jogadores, mas como pessoas também. Esse campeonato, além de ter sido especial por ter sido um Major e no Brasil, também foi especial pela nossa performance, e como aprendemos com o campeonato. Foi muito especial para todos os cinco jogadores", completou.

Além do mundial, drop também falou sobre sua participação no campeonato de 2 contra 2, sua evolução na FURIA, férias e o futuro. Confira os principais trechos da entrevista:

Red Bull Flick

A participação de drop e Gabriela "GaBi" Maldonado no Red Bull Flick durou cerca de 30 minutos - a dupla da FURIA foi derrotada por Heroic e Copenhagen Flames e saiu do campeonato cedo. drop aprovou a experiência.

"Foi mais legal do que eu imaginei que seria, foi da hora jogar com a GaBi. Não conhecíamos nenhum dos mapas que jogamos, foi uma experiência legal, não tomamos nenhum sapeco também, o que me deixou bastante confortável. Todos os jogos foram close, deu para jogar um CSzinho, se divertir, que é o mais importante", disse.

Cabeça de cachorro

O IEM Rio Major foi o melhor grande campeonato de drop com a camisa da FURIA. O jogador teve um rating de 1.06 - superando sua média de 0.99 nos últimos três meses -, e teve momentos de protagonismo, como nas quartas de final contra a NAVI. De acordo com drop, a boa atuação se deu porque ele tem tido mais facilidade para decifrar a mente de Andrei "arT" Piovezan, a quem ele chama de maluco.

"Acredito que viemos melhorando nosso jogo, e eu individualmente venho melhorando também, conseguindo entender mais a cabeça do arT, que é um maluco", contou.

"Consigo encaixar mais as ideias dele no meu jogo, consigo aprender mais com ele, e estou ganhando mais experiência, me tornando aos poucos o jogador que quero ser, então acredito que meu desempenho neste campeonato se deve não só ao meu trabalho, mas ao trabalho de todo mundo", continuou o jogador, elogiando o staff da FURIA.

drop durante a final do Red Bull Flick em Copenhague, na Dinamarca

drop explicou que hoje consegue, com mais clareza, aceitar as recomendações de arT, especialmente no pré-jogo.

"(Estou entendendo melhor a cabeça dele) na hora de se preparar para o jogo, porque o arT é um cara que pensa muito à frente, lê muito fácil (o jogo). Às vezes ela chega e fala que 'os caras jogam de um jeito, mas contra a gente eles vão fazer X coisa', e eu falo que não sei de onde ele está tirando isso. Chega a hora do jogo e os caras fazem aquilo, e se eu não tivesse escutado o arT, eu teria tomado", explicou.

"Ele é realmente diferente, muito inteligente, e eu sou um dos poucos no time que consegue discutir com ele taticamente, então acho que a gente se entende e ele consegue me ensinar bastante, complementar bastante meu jogo", completou.

As discussões, porém, não são fáceis de serem vencidas.

"Jamais, ele é um cara muito cansativo de discutir, e na maioria das vezes ele está certo, essa é a pior parte", brincou.

Comer, jogar, dormir, repetir

O campeonato com a patrocinadora da FURIA foi o último compromisso de drop no ano. Agora, o jogador volta a Amparo, no interior de São Paulo, para descansar. Ou, ao menos, tentar.

"As minhas férias não mudam muito da minha rotina do dia a dia. Eu sou um cara que passa a maior parte do tempo jogando CS", disse.

"Claro que em casa, aproveitando com minha mãe e ficando um pouco de tempo com ela, mas gosto muito de jogar CS. Basicamente, minha rotina vai ser essa. Acordar, jogar CS o dia inteiro, passar um pouco de tempo com minha mãe e voltar pro CS", explicou.

Apesar disso, drop conta que a pausa é diferente para os outros quatro jogadores.

"São caras que ficam mais com a família, não jogam tanto CS nas férias, e o período para eles é ainda mais importante do que para mim. E, lembrando também do primeiro semestre, que tivemos resultados ruins somados com ficar muito tempo longe da família, e isso pesa. Esse momento é muito importante para eles conseguirem resetar. Apesar de termos tido um segundo semestre muito bom, é resetar, esquecer, e focar no próximo ano que, se Deus quiser, vai ser muito bom para a gente", completou.

Mais confiante, mais motivador

drop chegou a FURIA em agosto de 2021, cercado de desconfiança após o time não ter conseguido grandes resultados com Lucas "honda" Honda, outra cria do time academy. De lá para cá, o jogador enfrentou mudanças e, mesmo criticado, consolidou sua vaga no time. drop refletiu sobre o período.

"O meu primeiro objetivo era me concretizar como um jogador do time, não só como alguém que estava ali para tapar buraco, coisa da minha consciência mesmo. Acredito que, depois de um ano, eu tenho a confiança de todos jogadores, de toda a staff, a minha também, de que sou realmente o jogador que eles apostaram lá no passado", disse o jogador.

"Me sinto bem realizado com esse ano, um ano onde eu cresci muito, não só como jogador, mas como pessoa também, e eu espero que continue assim para os próximos e que consigamos alçar voos maiores e quem sabe levantar títulos no ano de 2023", completou.

drop durante a final do Red Bull Flick, em Copenhague, na Dinamarca

Para o próximo ano, drop quer melhorar em dois pontos. O primeiro deles é a confiança.

"É algo que me afetou bastante no começo e nesse meio tempo que estou na FURIA. Agora eu tenho conseguido consertar isso, os resultados estão vindo e isso faz com que a confiança aumente, que você se sinta mais confortável jogando, e eu espero manter isso para os próximos campeonatos", disse.

O outro é a motivação.

"Quero ser um cara que consegue levantar mais a vibe do time em todos os jogos. Sou uma pessoa que consegue fazer isso, mas sinto que, em alguns jogos, deixo a desejar. Pretendo não deixar esses gaps no ano que vem e, quem sabe, conseguir alcançar meu objetivo de levantar um título no tier 1", afirmou.

drop não sabe, porém, quanto tempo esse título vai demorar para chegar.

"Acredito que estamos bem perto (do título). Não sei dizer se estamos preparados para levantar uma taça, mas sempre ficamos por poucos detalhes, alguns erros em round chave", contou.

"Não sabemos dizer exatamente quão distante estamos, mas vamos trabalhar muito para que essa distância diminua cada vez mais e que uma hora nós possamos erguer esse tão sonhado título, seja de uma IEM Katowice, IEM Cologne ou da IEM Brasil que está vindo aí", finalizou.

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