
BESTIA reclama de prazo, e pino avisa: "Não vou permitir que a BLAST tome meu sonho"
Mesmo com o lançamento dos adesivos e nenhum aceno de mudança, a BESTIA não desistiu de disputar o BLAST.tv Austin Major. Com os vistos de Luciano "luchov" Herrera e Tomas "tomaszin" Corna em mãos, a equipe argentina segue brigando para que a BLAST reverta sua decisão de substituir o time pela Legacy após o não cumprimento do prazo de envio de documentação.
Em entrevista à Dust2 Brasil, Rodrigo "pino" Marino, manager da BESTIA, discordou das declarações da BLAST de que faltou comunicação por parte da organização argentina e que o time começou o processo do visto de maneira errônea. pino avisou que a equipe não deixará de brigar pela vaga até o fim.
"Nós vamos brigar o tempo todo. É o que merecemos, eu não vou permitir que a BLAST tome meu sonho, do meu time, dos meus jogadores. Não vou permitir, é injusto", disse.
pino relembrou outros acontecimentos envolvendo a Valve, desenvolvedora do Counter-Strike, incluindo a espera da PGL pela 9 Pandas, o caso da Parivision em Xangai, as exceções feitas no Dota 2 e a substituição da 100 Thieves no ELEAGUE Boston Major em 2018. O treinador disse que tentou entrar em contato com a Valve, mas não foi respondido.
"Nunca na história, em nenhum Major de Counter-Strike, uma organizadora de campeonatos, com 12 dias (de antecedência), com os vistos aprovados, negou (a participação). Por que com nós?", questionou o veterano.
pino não consegue ver um motivo para que a organizadora tenha negado o pedido para que o prazo para envio dos vistos fosse aumentado - nem mesmo uma pressão da Valve, que lançou os stickers só um dia depois do fim do prazo dado aos argentinos.
"Não faço ideia. No Major da China, todos estavam lá (no RMR), então não havia problemas de visto, e ainda demorou (para os adesivos saírem). Por que não pode demorar agora, quando um time, que se classificou, precisa de tempo?", disse.
"Eu não faço ideia do que aconteceu, porque não faz sentido. Na minha cabeça não faz sentido algum, então não posso pensar no que aconteceu ou o que eles acham", completou.
BESTIA vê prazo curto
A principal reclamação da BESTIA, reforçada nas redes sociais, no vídeo e na entrevista, é que uma data-limite para envio de vistos definida pela BLAST não está presente em nenhum livro de regras, seja o Supplemental Major Rulebook, da Valve, ou as regras específicas do próximo mundial.
Assim como informou a BLAST em comunicado, pino confirmou que a organizadora foi avisada no dia 1 de maio sobre a situação de quatro membros do time sem visto: os jogadores Cristhian "timo" Perez, luchov e tomaszin e o treinador Julián "Zote" Acosta. Na escalação final enviada à BLAST, o próprio pino substituiu Zote como treinador, resolvendo parte do problema, já que o manager tem o visto.
Nos dias seguintes, o time seguiu tentando obter os vistos, buscando apoio de políticos e assessoria especializada. Como luchov e tomaszin já tinham sido negados em outras oportunidades, a organização sabia que precisaria de ajuda de autoridades para aumentar as chances de obtenção do documento.

Segundo pino, no dia 9 de maio, a BESTIA voltou a contatar a BLAST, avisou que estava trabalhando com ajuda de membros do governo para conseguir o visto, e perguntou por um prazo.
Ainda segundo o manager, no dia 12, a organizadora respondeu com um "o mais rápido possível", sem dar uma data. No mesmo dia, pino diz ter pedido para que a BLAST enviasse emails para as embaixadas do Uruguai e da Argentina para auxiliar na obtenção dos documentos.
No dia 13, pino conversou com representantes da BLAST, avisou de agendamentos de entrevistas e marcou uma chamada para o dia seguinte.
No dia 14, pino confirmou na chamada a obtenção do visto de timo, restando apenas luchov e tomaszin sem o documento.
No dia 16, a BESTIA foi avisada sobre a data-limite: às 12h de 21 de maio. A organização argentina acredita que o prazo final foi muito curto, já que foi avisada na sexta-feira e teria três dias úteis para resolver os vistos, já que serviços consulares não são realizados no final de semana, que por sua vez ainda era de eleições locais em Buenos Aires. A BESTIA alertou a BLAST que estava em contato com autoridades para tentar uma resolução do problema.
No dia 21, quatro horas antes do prazo, a BESTIA informou à BLAST que havia conseguido entrevistas para os dias 22 e 23 de maio, e que precisaria de mais alguns dias de prazo. Segundo pino, a BLAST só respondeu após quase três horas do horário estipulado da data-limite, já avisando que o time seria substituído pela Legacy e que o anúncio oficial aconteceria na próxima hora.

Ainda de acordo com o manager, luchov e tomaszin receberam uma ligação do consulado pedindo o comparecimento no dia 22 para uma reunião de urgência. Por conta do processo feito junto às autoridades, a BESTIA tinha certeza de que os vistos seriam aprovados e informou isso à BLAST e pediu mais prazo. A organizadora pediu uma prova de que os vistos seriam aprovados, a BESTIA afirmou que enviaria provas no dia 22, após a obtenção do visto, e ofereceu um documento assinado afirmando que teria os vistos assegurados no dia seguinte, mas a BLAST não cedeu e manteve a decisão.
Após comparecer ao consulado no dia 22 - um dia após a data-limite e já com a Legacy anunciada -, luchov e tomaszin conseguiram os vistos. A BESTIA então enviou as comprovações para a BLAST, mas a organizadora manteve, em ao menos mais duas oportunidades, a postura que não mudará sua decisão.
O que diz a BLAST
Em comunicado enviado à imprensa na última quinta-feira, a BLAST afirmou que estava em contato com as equipes sobre os vistos desde 14 de fevereiro. Em 23 e 24 de abril, a empresa entrou em contato com os times para saber do status da documentação e foi respondida pela BESTIA em 1 de maio. Dali em diante, a organizadora afirmou que a BESTIA "passou a não responder" contatos, e aí sim foi avisada da definição de uma data-limite.
A empresa reconhece que foi contatada pela BESTIA horas antes do prazo estipulado, mas disse acreditar que o time tinha "entrevistas de visto, não vistos aprovados", o que fez com que a equipe não cumprisse com a data-limite e que a Legacy tenha sido convidada. A decisão foi aprovada pela Valve. Ainda segundo a organizadora, os atuais representantes legais da BESTIA admitiram que começaram o processo de maneira errônea, o que a organização argentina nega.
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