
sidde: "Venceu o time com melhores jogadores para o momento"
A FURIA fez jogo páreo com a MOUZ pelas quartas de final da IEM Cologne, porém não conseguiu se classificar às semis, mesmo depois dos brasileiros terem o jogo na mão. Em conversa com a Dust2 Brasil, Sidnei "sidde" Macedo falou o que faltou para os brasileiros conseguirem fechar a partida.
"Faltou sermos um time do mesmo nível da MOUZ em termos de saber jogar com pressão, em arena, saber controlar os nervos e saber jogar partidas difíceis. A verdade é que estamos passando por um processo que eles já passaram há bastante tempo, que é estar presente nos playoffs de grandes campeonatos e conseguir performar independente de circunstâncias, seja com torcida contra ou a favor, seja com pressão do tamanho do jogo ou do tamanho da arena."
"Eles são mais preparados nesse sentido. Os jogadores, individualmente, têm uma capacidade melhor de lidar com esse tipo de jogo e hoje venceu o melhor time com melhores jogadores para momentos como esses", seguiu sidde em sua avaliação.
O treinador da FURIA apontou que, conforme o jogo fica mais tenso, outros fatores além do técnico passam a atrapalhar decisões individuais de um jogador. sidde falou quais são esses pontos que vão além da mecânica de cada jogador.
"A comunicação em uma arena como essa é mais difícil, se perdem mais coisas. Jogar em uma arena como essa demanda que você fale um volume de palavras maiores do que se você estivesse jogando dentro do estúdio sem barulho algum ou jogando da sua casa. Saber se comunicar bem, entender o que o time precisa e conseguir manter a parte do nervosismo controlada é uma habilidade que só se conquista jogando várias vezes em arenas como essa."
"No momento, não que o nosso time não saiba jogar em arena, mas hoje enfrentamos um dos maiores times do mundo e que sabe jogar aqui, mais do que aqui. Todos esses fatores que envolvem emocional, comunicação, saber se portar em um jogo como esse, saber se portar na arena, pesaram a favor do time deles."
A derrota para a MOUZ marca o fim da campanha da FURIA na IEM Cologne, que foi a melhor da equipe no torneio. Para sidde, é importante olhar a campanha como um todo e não focar somente no revés desta sexta-feira.
"Precisamos ser capazes de entender o tamanho do campeonato que fizemos. Tivemos uma performance histórica para a organização e para o CS brasileiro, porém fica aquele gostinho que dava para termos chegado na semifinal e quem sabe sonhar ainda mais."
"A derrota de hoje vai doer por ter sido como foi, mas é bem inteligente olharmos para a campanha como um todo, para o que temos conseguido como time, nossos feitos, nossa evolução. Nada apaga as melhorias que estamos tendo, tudo o que estamos aprendendo com os jogos. Por mais que doa muito e seja bem triste, temos mais coisas positivas do que negativas para tirar aqui da IEM Cologne quando pensamos racionalmente", adicionou.
Com o fim da campanha na IEM Cologne, a FURIA agora terá a BLAST Bounty S2 pela frente, que começará com a etapa online. sidde explicou o que o time vai trabalhar para o próximo campeonato e qual é o status da equipe brasileira a partir de agora.
"É dividir entre o que é técnico em relação ao conhecimento de jogo, entendimento de como vamos jogar algumas situações. Isso com certeza é uma conversa que precisamos ter. A segunda é sobre o emocional, como a gente aprende a ser mais eficiente no momento de fechar o jogo. Se podemos ou não correr risco e como mensurar isso. Acho que existe uma conversa sobre entendimento do jogo, abordagem de vários mapas, mas ao mesmo tempo as lições que tiramos vão para o lado psicológico, emocional e como nos portamos em jogos desse tamanho."
"Antes já vínhamos entrando com o status de favorito na maioria dos campeonatos e agora o que queremos é reproduzir esse tipo de performance que tivemos aqui na IEM Cologne e, se conseguirmos manter essa constância, vamos brigar por todos os campeonatos que participamos."
Depois das mudanças de jogadores na FURIA, uma das críticas dos torcedores é que sidde não tem o tamanho para ser o treinador deste projeto. Ele falou sobre os comentários e como reage a eles.
"Lido muito bem com as críticas, embora eu leia bastante elas. Acredito que o torcedor tem o direito de se posicionar e, na verdade, os torcedores nunca têm as informações que temos aqui dentro. Então ele vai ter motivo para criticar por um lado mais emocional, menos racional, mas eu não julgo nenhum torcedor que faz crítica ou cobra do time."
"Um amigo me ensinou que torcer é um ato irracional por si só, então em momentos de nervosismo, de emoção, vão sair comentários, críticas, que talvez não sejam pertinentes. Não foco na crítica em si, foco no momento, acredito que seja o sentimento falando pela pessoa e não me afeta muito. Só foco no meu trabalho, cada vez mais quero ter melhores resultados e esse é meu objetivo dentro da FURIA", finalizou sidde.
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