FalleN, da FURIA, em entrevista à Dust2 Brasil durante o StarLadder Budapest Major

FalleN comenta eliminação no Major, atuação de molodoy e avalia temporada da FURIA

Capitão da equipe detalhou confronto contra a NAVI e quer 2026 parecido com 2025

A campanha cheia de expectativas da FURIA no StarLadder Budapest Major terminou nas quartas. Após a derrota para a NAVI, Gabriel "FalleN" Toledo deu detalhes sobre a derrota na série decisiva.

"A expectativa é sempre alta, não só dessa vez, mas a outra eliminação contra a paiN também foi parecida. Sempre queremos ir o mais longe possível, então é triste", comentou FalleN em entrevista à Dust2 Brasil.

"Dentro do servidor, acredito que tivemos um momento de jogo no primeiro mapa que estava pegado, porém deixamos escapar. Foi um round que estava na nossa mão e uma compra mal feita na sequência, em que não parecíamos estar muito alinhados, e o jogo desandou um pouco depois dali. Não vencemos o pistol, então mal tivemos chances de recuperar a partida", explicou.

"A Inferno foi um pequeno milagre, voltamos de um 10-10, foi um jogo incrível, fizemos uma defesa absurdamente boa e mostrou um pouco da essência do time. Se tivéssemos saído com a Mirage e a Train, sairíamos pensando que não jogamos nada e falhamos hard, mas a Inferno mostrou como os jogos poderiam ter sido também. Ficou um gostinho amargo por ter perdido, faz parte, enfrentamos um time melhor que nós hoje", continuou.

"Na Train, foram algumas agressões que tentamos fazer, tanto no 3x1 quanto no 5x1, que agora, como não deram certo, é fácil falar 'Pô, não devia ter avançado', porém, se dá certo, conseguiríamos colocar um ritmo neles. As jogadas que a gente ensaiou e pensou em fazer não deram certo, e aí eles conseguiram controlar o jogo. Nunca tivemos economia, então foi impossível ganhar", completou.

FalleN também comentou a decisão da FURIA de jogar a Train, um mapa que é de confiança das duas equipes.

"Nós já estamos tentando surpreender nos vetos há um bom tempo e tem funcionado muito bem. A nossa tentativa é justamente fazer com que o adversário não tenha uma preparação muito fácil para o nosso jogo. Acreditamos que temos muitos mapas bons e jogar Train de CT deveria ser confortável para a gente, porém hoje foi realmente bastante atípico, não fizemos quase nenhum ponto. Foi algo fora da curva", explicou.

"Arrependimento nenhum, temos que confiar no trabalho de quem está fazendo as escolhas, tanto quando funciona quanto quando não funciona, senão fica fácil ser aquele cara chato que só olha quando não funciona", adicionou o jogador.

Aprendizados para molodoy

Grande nome da FURIA nos títulos recentes, Danil "molodoy" Golubenko teve uma atuação abaixo do esperado na final, terminando a série com 0.84 de rating, o pior do time. Para FalleN, o jogador simplesmente "não encaixou".

"No comportamento dele não senti nada diferente. Teve um jogo difícil, que não encaixou. Teve alguns momentos bons, mas não foi aquele jogo em que ele realmente controlou a partida. É um pouco sobre como o grupo foi. Foi uma partida difícil para todo mundo", afirmou.

"Essa agressão do 3x1, ou ele pega o AWP dos caras ou o AWP pega ele, e por algum motivo o cara pegou ele e aí o jogo não vai fluindo. molodoy está jogando super bem, é um garoto super bom e talvez tenha alguns aprendizados para ele, mas teremos que assistir ao replay e ver se tem algo para fazer diferente, porém, no geral, está se comportando bem", garantiu.

Um só caminho

Multicampeão e líder de uma das eras mais vencedoras do CS no passado, FalleN sabe o que é necessário para não deixar que a eliminação nas quartas atrapalhe o psicológico do time, atual líder dos rankings da HLTV e da Valve e recém campeão de quatro títulos internacionais.

Jogadores da FURIA no palco do StarLadder Budapest Major

"Só tem um caminho. Já identificamos e temos uma ideia do porquê conseguimos crescer tão rápido em tão pouco tempo e ir tão bem. A única coisa que dá para pensar é manter essas coisas acontecendo e não ficar preso a algumas ideias de jogo. É continuar se atualizando, buscando estar à frente dos outros, mas é não perder essa fixação nesses valores, nessa raiz que o time criou e nessas características boas que nos trouxeram até aqui", disse.

"Estando no topo ou não, isso não muda. O trabalho diário, de se preparar para jogos e ter a vontade de jogar, precisa sempre ser igual. Temos feito isso, então esse resultado, embora tenha sido negativo, estou orgulhoso do time porque nos mantivemos fiéis às nossas características. Hoje não foi um dia feliz com vitória, porém nos mantivemos fiéis ao que acreditamos, trabalhamos firme e isso é o que importa", completou o jogador.

Um ano incrível

A eliminação no Major também coloca fim ao ano da FURIA, o principal da história da organização e o que marca o retorno do cenário brasileiro ao topo. FalleN fez um balanço da temporada.

"Foi um ano incrível. Mais uma vez conseguimos trazer resultados importantes que eu não conseguia praticamente desde 2017. Meu objetivo nos últimos anos sempre foi tentar fazer um novo time chegar ao topo, e acho que consegui fazer isso. Óbvio que o Major poderia ser uma grande coroa no topo desse trabalho, mas ganhamos quatro ou cinco torneios que disputamos recentemente, e isso é um número que só poderíamos sonhar", avaliou.

"Se alguém falasse 'Você pega quatro torneios seguidos ano que vem?', eu pegaria fácil. Se for só isso, ainda está bom, porque é um resultado muito marcante. Estou contente com esse resultado, com a nossa evolução e com as pessoas que estão seguindo firmes no trabalho sem deixar isso subir à cabeça, isso é o mais importante. Olhando para 2026, se for parecido, já é muito legal, porque é difícil conseguir isso. Temos que sonhar com isso e mais, porém sabendo que é difícil atingir", finalizou.

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