Alexandre "kakavel" Peres, CEO da Team One (Foto: Roque Marques/Dust2 Brasil)

kakavel explica saída de peacemaker: "Melhor para todo mundo"

Direto do México, CEO da Los + oNe falou sobre mudança de última hora

Alexandre "kakavel" Peres quebrou o silêncio sobre a saída de Luis "peacemaker" Tadeu. O CEO da Los + oNe e substituto do treinador durante o RMR americano falou, em entrevista exclusiva à Dust2 Brasil em Monterrey, no México, que a decisão da saída foi tomada inteiramente por peacemaker e disse ter sido surpreendido.

"Nós fomos pegos de surpresa. Na última semana, tivemos várias conversas entre eu e o peace. Ele teve autonomia durante todo o projeto. Começamos a conversar e ele disse que gostaria de se desligar, e eu todo mundo tem liberdade para fazer o que bem entender. Nós seguimos com a rescisão em comum acordo, faz parte do processo, a vida não acaba. Vida que segue", afirmou kakavel.

O mandatário não quis entrar em detalhes da motivação da saída para "preservar os envolvidos".

"Eu sei exatamente porque ele tomou a decisão. São coisas internas que nós não falamos, preservamos a imagem de todas as pessoas que trabalham conosco. Entendemos que existem filosofias diferentes de trabalho e de vida. Mas foi 100% uma decisão dele com a organização. Nessa última semana não chegamos em um acordo em algumas coisas e ele preferiu não continuar no projeto. Sempre demos liberdade, ele tinha autonomia para fazer o que fosse necessário, e uma das coisas que ele quis foi não continuar no projeto já nesta semana pré RMR", contou.

kakavel não confirmou nenhum tipo de desentendimento entre peacemaker e os jogadores ou a diretoria, mas reforçou que a decisão foi melhor para todos os envolvidos.

"Todo relacionamento é conturbado, principalmente em alto nível de competição. Isso é normal. Chegou um momento que ele achou que não era um projeto que ele gostaria de ter", disse.

"Acredito até que, visando projetos futuros. Vão haver muitas mudanças com a chegada do CS 2 e ele é um cara que tem mercado em outros times, principalmente em times internacionais. Acredito que estar livre seja mais interessante pra ele. É uma visão minha, não ouvi isso dele, mas acho que foi o melhor para todo mundo", completou.

O chefe dos Golden Boys disse que não houve tempo hábil para avaliar o trabalho de peacemaker, que durou cerca de dois meses.

"Acho que é difícil falar isso. Existem outras coisas que não o treinamento. Existem situações externas que não são do time, de peças, do dia-a-dia de trabalho. Esse foi um ano muito conturbado para nós, saímos de férias no dia 23 de dezembro, voltamos muito tarde. E tem situações que eu não concordo muito, mas foram tomadas em conjunto, como pular alguns campeonatos, focar mais em treino, (mas aí o time) não consegui bons treinamentos nem no Brasil e nem nos Estados Unidos", explicou.

"Por conta da agenda, tivemos que ficar até o RMR, fomos para a Europa e ficamos pouco tempo. Não teve muito tempo para poder analisar um trabalho específico do peace. O que eu posso falar do trabalho dele é que tecnicamente entende muito do jogo, muito mesmo, e acho que, em um projeto à longo prazo, com certeza traria um resultado muito interessante para a organização, por isso eu lamento a não continuidade", seguiu.

"Mas acho que era o melhor para todo mundo por questões de filosofias. O peace é um cara que tem muito mercado fora do Brasil, um mercado que paga muito melhor. Não sei o quanto é interessante para ele estar trabalhando em equipes brasileiras que estão na luta para poder estar nos campeonatos. Ele pode arrumar vaga nos times que estão em todos campeonatos, tem parceria com as ligas", completou kakavel.

Sem peace, caberá a kakavel ocupar o lugar de treinador, atrás do time durante os jogos. O veterano já esteve nessa situação em diversas vezes da carreira no passado. O CEO contou o que pretende fazer na função.

"Quando eu ficava atrás do time era uma outra época, uma época que, tanto quanto agora, eu acompanhava todos os treinos, sabia tudo que o time fazia, o que poderia usar de ferramentas, mas eu tinha um trabalho de mantê-los com a cabeça focada no próximo round, independente se perdeu ou ganhou, se foi forçado, eco, armado, no outro round você tem que desligar. Falo muito que o campeão tem memória curta. E a memória curta do jogador de CS tem que acontecer no primeiro segundo do freeze time do próximo round. Ele tem que esquecer 100% do que ficou para trás e focar 100% no que vem pela frente", contou.

"Esse é o meu trabalho fora de campo e o que eu vou tentar fazer ali, como treinador. Tentar mantê-los o mais tranquilos possível, para que eles tenham uma tomada de decisões tranquila e ajudá-los a enxergar alguma brecha que tenha no jogo, ou qualquer facilidade que eles estão tendo e, durante o jogo, não são tão claras. O que eu vou tentar fazer ali é passar uma energia positiva, tentar vibrar com o time", finalizou.

A Los + oNe estreia no RMR Americas nesta quinta-feira, às 17h, diante da FURIA.

* A segunda parte da entrevista de kakavel será publicada na quinta. Nela, o CEO explica porque o time trocou tanto de treinadores nos últimos dois anos.

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