sidde, treinador da FURIA, no StarLadder Budapest Major

sidde sobre 2026: "Podemos repetir o que fizemos essa temporada e ser ainda melhores"

Treinador vê time pronto para alcançar ainda mais resultados na próxima temporada

Apesar da frustração da derrota, Sidnei "sidde" Macedo tem uma certeza: o resultado das quartas de final contra a NAVI não diminui o que a FURIA fez na reta final de 2025.

"É bem claro que essa derrota não apaga o que fizemos de positivo. Os nossos títulos estão aí, não é tão fácil conseguir o que fizemos. É muito difícil ter uma temporada em que, em sete meses de time, ganhamos quatro grandes títulos", disse sidde em entrevista à Dust2 Brasil.

"Em vários momentos precisamos ganhar partidas heróicas e várias delas vieram para nós quando poderiam ter ido para outro time. Hoje poderia ter sido mais uma partida heróica que trouxemos para o nosso lado, mas, nos últimos torneios, esses jogos vieram todos para nós, tem um pouco de sorte de campeão", completou o treinador.

Com isso em mente, o treinador vê a equipe preparada para repetir, ou até fazer mais, no próximo ano.

"Temos noção de que somos um time muito forte, podemos repetir o que fizemos nessa temporada e ser ainda melhores, encontrando um pouco mais de consistência e constância. Perdemos um jogo no Major e foi logo nos playoffs, e temos noção de que isso não apaga nada do nosso trabalho. Cada momento difícil que tivemos como time na temporada foi construindo uma casca e um conhecimento técnico que depois nos permitiu encontrar maneiras de resolver isso em jogo", afirmou sidde.

"O Major vai ser mais uma dessas lições. Íamos aprendendo com cada dificuldade que tínhamos, e agora emocionalmente pesa muito pelo tamanho do campeonato, pelo momento em que estávamos jogando nosso melhor CS, o Major que vale mais, mas o time tem consciência de que tudo o que fizemos foi muito bonito e muito difícil de conquistar. Temos CS para repetirmos (o que foi feito) e sermos ainda melhores, e esse jogo não apaga nada disso", adicionou sidde.

Veja outros trechos da entrevista com o treinador, ou assista o vídeo na íntegra no topo do texto.

Derrota para NAVI

"A verdade é que não trouxemos nosso melhor CS, e os fatores que estão envolvidos nisso são diversos. Obviamente o peso do jogo faz com que seja mais difícil de performar. O adversário, muito bem preparado, também com certeza teve seu papel."

"Não sei se pelo momento recente ou só pelo tamanho do campeonato e do jogo, mas tiveram algumas coisas no meio do caminho ali em que não jogamos com a mesma tranquilidade, com a mesma capacidade que mostramos recentemente, mas acontece. Do mesmo jeito que eu falei que tínhamos que aprender a jogar em arena e ganhar, conseguimos isso. Mas, quando você dá um salto maior, que é o Major, existem mais coisas que entram em jogo, e hoje essas coisas nos prejudicaram. O adversário bem preparado, o time sentindo um pouco mais o peso do jogo, o tamanho da arena, tudo isso."

"Existiram coisas hoje que tiraram o nosso time daquele conforto de jogar como o melhor time do mundo, que foi como jogamos recentemente, e eles dificultaram muito o nosso caminho. Tecnicamente, eles trouxeram um CS de muita qualidade e, claramente, não trouxemos o nosso melhor e, assim, em algum momento isso vai acontecer. Claro que o nosso objetivo é manter a constância em todos os campeonatos, mas não conseguimos ser consistentes hoje aqui no Major."

Vetos

"Corremos um risco jogando Train porque é um dos melhores mapas deles, imaginamos que, começando de CT, mesmo eles tendo um TR muito forte, poderíamos ter uma vantagem e fazer um half muito bom. A verdade é que essa aposta não valeu a pena, é um mapa muito forte deles. Talvez valesse mais a pena jogar um mapa neutro para equilibrar esse momentum, porque, se tudo vai para o lado deles, com a qualidade que eles têm no mapa, fica muito fácil de controlar. Essa questão de ser um mapa muito forte é como se eles tivessem mais recursos para continuar ganhando. Então talvez, em outra situação, num mapa mais neutro, poderíamos equilibrar mais o confronto, mas escolhemos jogar no mapa que é a casa deles, e também nossa, para falar a verdade. Quando você está ganhando, fica mais fácil de controlar sendo tão bom no mapa."

CT ruim na Mirage e Train

"Não vejo muita semelhança. As coisas que pecamos na Mirage corrigimos depois do mapa, estávamos falhando muito na comunicação. Na Train, eu diria que, tecnicamente, eles estavam à frente nas escolhas e nas opções de jogadas que tinham, que realmente fazem sentido em termos de ser o segundo melhor mapa deles. Acho que a Mirage é o melhor ainda. Eles têm muito recurso. Na Train até sabíamos desses recursos, porém não conseguimos jogar contra."

Atuação apagada de molodoy

"O que percebi durante o jogo é que várias coisas não deram certo para ele. É difícil falar que 'Ah, ele sentiu porque era um jogo de playoffs de Major'. Claramente a performance dele foi abaixo do que vinha apresentando e, na verdade, o CT dele no campeonato deixou a desejar. Precisamos investigar e entender também o que aconteceu nesse campeonato para que o CT dele não fosse tão bom. Mesmo na fase de grupos, e recentemente, ele estava fazendo um CT um pouco abaixo do que podia, e hoje isso se repetiu. Mas vi apenas um jogo muito difícil para ele como awper. Sendo awper, quando você joga contra um time muito estruturado, é bem complicado, e hoje não conseguimos impactar para o jogo dele também fluir. Só não achamos a resposta."

Aposentadoria de FalleN

"Acredito que ele vá dar as novidades em relação a tudo isso. O que posso dizer por agora é que temos certeza de que essa primeira temporada, essa primeira parte do ano, ele com certeza vai jogar. Não estamos tendo nenhum plano de mudá-lo para janeiro, até porque daqui a menos de um mês temos campeonato para jogar, e posso garantir que jogaremos com essa mesma line. A partir daí, deixo que ele conduza a carreira dele e comunique as decisões."

"Se nada me pegar de surpresa até lá, sim, teremos FalleN até o meio do ano."

Primeiro ano completo treinando a FURIA

"Dependendo do time que você tem, é preciso ser um tipo de coach. Hoje, o coach que sou é diferente do que eu era quando tínhamos a line 100% brasileira. Fui aprendendo como trabalhar com esse time em específico, e sinto que fui melhorando ao longo do semestre. Desde quando os meninos entraram, percebi quais eram as demandas e fui tentando preencher essas lacunas e impor meu trabalho. Tenho muito a melhorar, mas consegui ter uma contribuição grande no processo do time, na adaptação dos meninos e em trazer o time para o lado internacional. Sinto que, desde o dia um, venho aprendendo, e meu objetivo é continuar impactando o time, trazer bons resultados para o Brasil e para a FURIA, e vou seguir melhorando cada vez mais. Depois de uma derrota, ficamos mais cabisbaixos, pensando que talvez não sejamos bons o suficiente, porém sei meu valor e vou buscar formas de dar o suporte que posso trazer para o time."

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