
Na contramão, PGL Bucharest traz de volta times nacionais
Num cenário cada vez mais globalizado, o PGL Bucharest Masters é um respiro para os fãs dos times nacionais. Na contramão das competições de alto nível da temporada, o campeonato realizado na capital romena tem metade dos times com a maioria de jogadores vindo do mesmo país - e a ampla maioria com equipes de core nacional.
No total, 8 dos 16 times são formados por jogadores do mesmo país - Aurora, 3DMAX, Astralis, Legacy, B8, SAW e M8 -, enquanto outros cinco têm ao menos três conterrâneos - FNATIC, FlyQuest, MIBR, paiN e HEROIC. Só três times são de fato internacionais, todos europeus - Liquid, GamerLegion e NIP.
O número é superior ao dos campeonato de ponta - em comparação, os principais eventos do calendário tem ocupação na casa dos 30% para elencos de uma única nacionalidade e 20% ou 30% para cores.
Campeonato
IEM Katowice
BLAST.tv Austin Major
IEM Cologne
PGL Masters Bucharest
StarLadder Budapest Major
% escalações nacionais - % core nacional
33% - 20%
37% - 34%
33% - 29%
50% - 31%
34% - 25%
Capitão do time nacional mais bem ranqueada do mundo, a Aurora, Engin "MAJ3R" Küpeli disse que há um lado bom e ruim na escolha - e citou a FURIA como um exemplo.
"Às vezes é bom, às vezes é ruim. Podemos tirar o melhor exemplo com a FURIA. Eles jogam com cinco brasileiros há muito tempo e ficam em algum lugar, sabe? Mas aí eles colocam molodoy e YEKINDAR, viram internacionais e explodem", disse.
"Às vezes, quando você tem cinco jogadores do mesmo país, você joga pelo seu sangue, pela sua nação, e isso também é bom. Eu não sei, eu acho que, no Counter-Strike de hoje... talvez no futuro vai ser ainda mais internacional, vai ser tipo futebol, você vai recrutar jogadores do mundo todo. Mas, no momento, estou feliz que temos cinco jogadores turcos jogando nos principais campeonatos para os nossos fãs", completou.
Para Danil "headtr1ck" Valitov, hoje na ucraniana B8 e com passagem pela internacional NIP, representar seu país é também uma questão de orgulho
"Sinto que dá uma motivação extra, porque você está mais perto uns dos outros, porque vocês são do mesmo país, falam a mesma língua, é mais fácil de achar palavras. E, obviamente, há muitos tópicos que você pode falar. E, é claro, é uma honra para mim ser ucraniano e jogar por um time inteiramente ucraniano, porque hoje em dia isso é raro", afirmou o jogador.
"Queremos mostrar que o nosso país tem muitos talentos e podemos ter grandes jogos contra grandes oponentes. É muito legal ter vários times nacionais, mas, às vezes, é difícil para as organizações acharem cinco jogadores do mesmo país, por isso eles decidem internacionalizar, porque é mais fácil. Mas também é um desafio para alguns dos times. É legal ver que somos ucranianos, e tem times do mesmo país aqui", continuou.
Parte do time brasileiro melhor ranqueado, saadzin diz que o ambiente da Legacy parece bem mais amigável do que alguns dos times.
"São cinco brasileiros e é muito da nossa cultura sermos muito amigos. Quando você vê os times gringos, vemos que eles se chamam muito pelo nome no jogo, acho que é porque tratam mais como um trabalho, e nós trazemos mais o time como uma família", afirmou.
"Eu sinto que os moleques para mim são uma segunda família. Tanto pelo fato de eu estar mais tempo com eles do que com minha própria família, então acho que é mais essa nossa cultura de todo mundo ser muito amigo", concluiu saadzin.
Um ode ao passado, o PGL Masters Bucharest vai até o sábado, quando o campeão será decidido. A premiação total é de US$ 1,25 milhão (R$ 6,7 milhões).
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