Imperial durante o Major do Rio

Retrospectiva: relembre o ano da Imperial

Com Last Dance, organização brasileira cumpriu objetivo de alcançar elite mundial

Reformulações são normais no CS:GO a cada início de temporada. Não seria diferente para a Imperial em 2022, se a saída do elenco liderada por Caio "zqk" Fonseca não tivesse dado, para a organização, a oportunidade de fechar com o projeto mais hypado do ano, o Last Dance, primordial para colocar o clube no patamar mundial com a participação em dois Majors.

Seguindo com as retrospectivas dos times brasileiros que atuam no exterior, a Dust2 Brasil relembra a temporada da equipe, que teve um início meteórico alcançando o top 15 mundial, mas que não conseguiu manter o ritmo no segundo semestre e chegou a correr sérios riscos de ficar de fora do IEM Rio Major 2022.

O início da dança

A Imperial começou 2022 se separando do elenco que, na temporada anterior, reafirmou a organização como uma das principais do país na modalidade, conquistando títulos importantes: DreamHack Open March, Aorus League, CBCS Masters e o Circuito Good Game. Mas, depois de temporadas no topo nacional, estava na hora dos Imperadores desbravarem o mundo. Para isso, aposta e investimento alto na contratação do quinteto liderado por Gabriel "FalleN" Toledo.

A dança nos bastidores para o acerto com o Last Dance começou ainda em dezembro, quando Felippe "felippe1" Martins soube do desejo de parte dos bicampeões mundiais voltarem a jogar juntos. Mas a Imperial não era a única na disputa. Fluxo, LOUD e RED Canids foram outras organizações que sondaram o projeto. Uma proposta foi colocada à mesa em janeiro, com a contratação oficializada no mês seguinte.

Classificação para o Major da Antuérpia foi destaque no 1º semestre da Imperial

Se tornando um hit

A estreia de FalleN e companhia já foi em uma prova de fogo e com bom resultado: segunda colocação no open para o PGL Major Antwerp e classificação para o RMR Americas. Outro vice na sequência, quando perderam a decisão da FiReLEAGUE Latin Power Spring para a Sharks. Mas o grito de campeão não demorou a sair. No segundo mês de organização, título internacional.

Durante a preparação para o primeiro Major da temporada, a Imperial conquistou o OMEN WGR European Challenge 2022. Título importante, não só por conta do contexto da época, mas também por ter marcado o retorno de FalleN, Fernando "fer" Alvarenga e Lincoln "fnx" Lau a um pódio, juntos, depois de cinco anos.

O título só aumentou a confiança da equipe para o RMR, no qual não decepcionou. Imperial fez jus ao favoritismo dado e se classificou para o Major da Bélgica com campanha 3-1. A única derrota foi para o MIBR.

Ainda antes do mundial, outra conquista: a classificação para a IEM Dallas, com o título na seletiva sul-americana num verdadeiro comeback durante o qualify já que estreou com derrota e precisou varrer a lower até sagrar-se campeã em cima do MIBR.

O ápice do ritmo

Por mais que na temporada a Imperial tenha disputado finais e até conquistado títulos, as melhores apresentações da equipe aconteceram no PGL Major Antwerp. Nele, por detalhe, FalleN, fer e fnx não voltaram a jogar o playoff e, novamente, alcançar o top 8 de um mundial.

É bem verdade que a equipe brasileira não teve bom início, estreando com derrota para Team Spirit e ficando na berlinda, com 1-2, ao também perder para Bad News Eagles. Mas a classificação para o legends Stage veio não só com bom jogo coletivo, mas também com a experiência dos bicampeões mundiais sendo primordial nos triunfos contra IGH e forZe.

A classificação para o Legends Stage no Major da Bélgica teve fnx como destaque na vitória na última md3 valendo a vaga. Em entrevista à reportagem, na época, o veterano criticou aqueles que duvidaram do sucesso do Last Dance.

O time brasileiro também foi heroico na segunda fase já que teve início ainda mais animador perdendo para BIG e G2. Mas a Imperial não jogou a toalha e foi para o confronto decisivo após levar a melhor sobre Bad News Eagles e Cloud9. Contudo, a trajetória do time no mundial chegou ao fim com o 2 a 0 sofrido para Copenhagen Flames.

O triunfo que manteve a Imperial na busca pela vaga no Champions Stage foi indescritível na carreira de fer, como o próprio disse em entrevista: "Eu não tenho palavras. Pela primeira vez, é difícil explicar uma vitória".

Fora do tom

O bom início na temporada encheu a comunidade de esperança quanto a Imperial ir melhor nos campeonatos na segunda metade do ano e até chegar nos confrontos finais do primeiro Major no brasil. O ritmo do Last Dance, contudo, não se manteve.

Passado o Major, os seguintes grandes compromissos da Imperial foram IEM Dallas e Cologne. Nesse período, o time ainda disputou torneios menores na Europa e sofreu mudanças tanto na comissão técnica, quanto no elenco, com as saídas do treinador Luis "peacemaker" Tadeu e fnx, que passou a ser o coach do time no restante da temporada. A vaga aberta na line foi ocupada por Marcelo "chelo" Cespedes.

Em entrevista após a saída, peacemaker mostrou ter ficado chateado por não continuar na Imperial para o Major do Rio. "Eu avalio que a gente teve um sucesso muito bom no primeiro semestre, talvez não ganhamos troféus e não tivemos o desempenho que gostaríamos de ter tido, principalmente, no final do semestre, mas não tenho como avaliar como uma coisa negativa", afirmou.

Se no ciclo do primeiro Major a Imperial teve sequência de bons resultados, no do IEM Rio Major disputou apenas uma final, quando foi vice na ESL Challenger Melbourne para a paiN, e alcançou um top 4 na etapa mundial da FiReLEAGUE 2022. Nos demais torneios, performance aquém do que acostumou a comunidade na parte inicial da temporada.

Ainda com fnx, quedas nas fase de grupos de IEM Dallas e Pinnacle Cup Championship; top 13-16 em REPUBLEAGUE Season 3 e Roobet Cup e sequer classificação no play-in da IEM Cologne. Para parte da comunidade, a sequência ruim colava em xeque as chances da Imperial estar no Major do Rio. As esperanças deram uma renovada com o vice na Austrália, o primeiro compromisso de chelo.

O retrospecto pré-RMR também minou a confiança do time, que, na seletiva final, não apresentou o mesmo clima visto por todos no qualify para Antwerp. A estreia até foi com vitória sobre Isurus, mas na sequência o time ficou 1-2 perdendo para 9z e 00Nation. O comeback começou com triunfo sobre Los+oNe e a vaga foi conquistada sobre Nouns.

A possibilidade de não disputar o mundial no Brasil passou, sim, pela cabeça dos jogadores da Imperial, como mostrou o próprio FalleN em entrevista antes do decisivo duelo.

"Se por ventura não conseguir, vou aproveitar o máximo. Eu nunca fui assistir um Major, e se for para ser isso, será, e ficarei muito contente com isso, porque a festa que vai acontecer no Brasil vai ser sem precedentes", afirmou

A última dança?

Apesar da heroica classificação, e mesmo com toda torcida presente no Riocentro apoiando a equipe do início ao fim, a Imperial não conseguiu repetir no Major do Rio as boas exibições do início de temporada e foi eliminada ainda no Challengers Stage - fato inédito para FalleN -, após derrotas para Team Vitality, 9z e Cloud9.

Em meio a disputa, pairava no ar a permanência de fer no competitivo. Antes do Major, à HLTV.org, o jogador revelou que quase deixou o time. À reportagem, após a eliminação, o veterano afirmou a decisão seria tomada nas férias.

Outro quem falou sobre o futuro pós-Major foi FalleN, não só da própria carreira, mas da Imperial em si. "Agora esse momento acabou, um ciclo foi encerrado, e precisamos ver onde estão as prioridades de cada um, quem é que quer continuar jogando, quem tem outros planos, quem mudou o mindset, de repente agora quer tentar buscar o próximo Major, ser treinador, vai saber. Vou tirar alguns dias para pensar depois do torneio e ver o que me deixará mais feliz. Tem muita coisa em jogo pra mim, preciso pensar com carinho", explicou o Professor.

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